Joaquim Nabuco: Brasileiro, Cidadão do Mundo
Abertura: 19 de agosto de 2009
Encerramento: 4 de outubro de 2009
Diplomata, político, escritor, orador, poeta e memorialista, o pernambucano Joaquim Nabuco completaria 160 anos no dia 19 de agosto de 2009. Para celebrar a data, exposição, com curadoria de Helena Severo, faz uma retrospectiva da vida de um dos maiores abolicionistas brasileiros, cuja obra exerceu influência em intelectuais do porte de Gilberto Freire e Sérgio Buarque de Hollanda, e traz à reflexão temas relevantes para a história do Brasil, como o liberalismo político, a história do Segundo Reinado e acontecimentos marcantes da vida diplomática do país.
Joaquim Nabuco com o fardão de Embaixador da República
A exposição está dividida em módulos que, em ordem cronológica, narram a trajetória de Joaquim Nabuco: "A Infância e A Formação"; "O Abolicionista e o Pensador" e "O Diplomata e Cidadão do Mundo". Especialistas nas diversas fases da vida do homenageado assinam os textos, como o sociólogo Francisco Weffort, o jurista e diplomata Rubens Ricúpero e representantes da Fundação Joaquim Nabuco.
Com cenografia de Chicô Gouveia e animação do multimídia Marcello Dantas, a exposição apresenta objetos de uso pessoal de Nabuco, livros com dedicatórias, correspondências trocadas com figuras ilustres, como Machado de Assis, mobiliário e a réplica do Teatro Santa Isabel, no Recife, onde Nabuco costumava fazer seus pronunciamentos. Documento importante como o original da "Lei Áurea", assinada pela Princesa Isabel, assim como o estojo “Lembranças da Abolição”, com a caneta que provavelmente foi utilizada pela Princesa no ato da assinatura da lei, integram a exposição.
Após o Rio de Janeiro, a exposição será apresentada em 2010, ano do centenário da morte de Nabuco, em Brasília e Recife.
Estojo com lembranças da Abolição da Escravatura
Nabuco, Infância e Formação
Filho de uma família de advogados, promotores, juízes e políticos, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo nasceu no Recife, em 19 de agosto de 1849, e passou grande parte da infância no campo, onde viveu sob os cuidados da madrinha Ana Rosa Falcão de Carvalho, senhora do engenho de Massangana.
Sua vida foi profundamente marcada pelo contato direto com os escravos da casa grande e do campo, o que o levou, muito cedo, a compreender a crueldade e a iniquidade da escravidão.
Para retratar o módulo da Infância, o arquiteto e cenógrafo Chicô Gouveia transformou a entrada do Museu Histórico Nacional em um autêntico canavial. O visitante, ao percorrer este caminho, ouve músicas afro, até entrar na ambientação de um engenho, decorado com azulejos, em clima de Casa-Grande e Senzala.
Joaquim Nabuco estudou nas melhores escolas, como o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Era conhecido pelas conquistas amorosas, a elegância e a beleza, que lhe valeram o apelido de “Quincas, o belo”. Na Faculdade de Direito de São Paulo e, logo depois, no Recife, onde se formou, destacou-se como orador e, aos poucos, como líder cultural e estudantil, aproximando-se de políticos de prestígio e de professores notáveis.
Enquanto se dedicava às atividades literárias, dava os primeiros passos na política, ao exercer liderança incontestável entre os acadêmicos ligados ao Partido Liberal. Esta fase é representada na exposição com cartões postais das cidades onde Nabuco estudou e imagens da época.
Nabuco, Abolicionista e Pensador
Esse módulo focaliza a maior bandeira de Nabuco: a luta antiescravista.
Na sua terra natal, o jovem Nabuco marca sua posição ao apresentar-se no Tribunal de Recife para defender o escravo Tomás, que assassinara seu senhor. Influenciado pelas idéias de Tobias Barreto, Sílvio Romero e Castro Alves, passa a escrever ensaios e artigos, além de "A escravidão", um pequeno e valioso livro que durante muito tempo esteve entre os guardados da família e que só seria publicado em 1988.
Entre as atrações deste módulo, tratado com fundo de madeira, está o original da "Lei Áurea", assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888. Numa réplica do Teatro Santa Isabel, os visitantes poderão assistir Nabuco pronunciando no palco um importante discurso, gravado na voz do ator Othon Bastos. É uma espécie de “retrato vivo” do homenageado, com recursos de animação desenvolvidos pelo multimídia Marcello Dantas.
O cenário mostra ainda objetos e imagens dos companheiros do abolicionista e da Academia Brasileira de Letras, da qual foi um dos fundadores, junto com Machado de Assis. Os livros no chão, como se fosse um grande tapete, simbolizam a ABL.
Nabuco, Diplomata e Cidadão do Mundo
Em 1899, Joaquim Nabuco ingressa na fase diplomática, que se prolonga por quase onze anos. Redigiu a defesa do Brasil na disputa com a Inglaterra sobre a fronteira da então Guiana Inglesa. Ao receber críticas dos monarquistas por aceitar a nomeação republicana, defendeu-se escrevendo o livro "Minha formação" (1900), onde se proclamou liberal, antes de monarquista.
Em 1900, chefiou a delegação brasileira em Londres, tornando-se, na prática, funcionário da República, no prestigioso posto da maior potência internacional da época, no final da era Vitoriana. Cinco anos depois, ao ser nomeado primeiro embaixador em Washington, estabeleceu excelentes relações com o então presidente Theodore Roosevelt.
Defendeu uma política panamericana, baseada na Doutrina de Monroe e recebeu títulos de doutor honoris causa de várias universidades americanas. Sua defesa de um sistema continental americano contribuiu para a criação da União Panamericana, embrião da futura Organização dos Estados Americanos (OEA).
A fase da diplomacia durou até sua morte prematura em 17 de janeiro de 1910, em Washington, aos 60 anos. Para o diplomata Rubens Ricúpero, “dos sucessores de Nabuco nos Estados Unidos, somente Oswaldo Aranha chegou perto na capacidade de somar à influência em alto nível na capital americana a irradiação política e cultural próprias junto aos meios dirigentes brasileiros”.
Local:
Museu Histórico Nacional (MHN)
Praça Marechal Âncora, s/n
Centro
(21) 2550-9221
Funcionamento:
Quarta a sexta - das 10h às 17h
Sábado e domingo - das 13h às 17h.
Ingresso:
O MHN está temporariamente com entrada gratuita. Não é preciso a retirada antecipada de ingresso.
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.
Museu Histórico Nacional (MHN)
Praça Marechal Âncora, s/n
Centro
(21) 2550-9221
Funcionamento:
Quarta a sexta - das 10h às 17h
Sábado e domingo - das 13h às 17h.
Ingresso:
O MHN está temporariamente com entrada gratuita. Não é preciso a retirada antecipada de ingresso.
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.