O multiplicador de infinitos [Cláudio Paiva]
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Abertura: 30 de setembro de 2009
Encerramento: 31 de outubro de 2009
A obra de Claudio Paiva dialoga com o mundo de modo poético e humorístico. E dá prosseguimento a uma tradição que, no Brasil, reúne artistas e poetas em torno dos movimentos concreto e neoconcreto.
A estrutura espacial do poema, seu caráter não discursivo – o poema podendo tomar não importa que forma – sem lugar estabelecido, funde-se às questões vinculadas ao objeto de arte.
![](http://www.rioecultura.com.br/expo/img/gal_arturfidalgo_claudio_paiva_02.jpg)
A Teoria do não-objeto (1959), de Ferreira Gullar, é sem dúvida um dos textos críticos que mais influenciou a geração de artistas à qual Claudio pertence. Segundo Gullar, na época não havia lugar para a obra de arte – idéia que não se sabia onde colocar. Os poemas-objetos, expandindo o conceito de poesia, elaboram obras com palavras, com objetos, com situações.
Antes de tudo, na obra de Paiva, é a linha que orienta e circunscreve essa singular configuração poética. O humor nasce do encontro de visual e verbal. Dois momentos de seu percurso são mostrados nessa exposição: desenhos, de 1974, bem como as Instalações de Bolso (assim qualificadas por Luiz Alphonsus e adotadas por Claudio Paiva) e desenhos recentes. Não há, portanto, nem começo, nem fim, mas a tentativa de exibir num só espaço essas séries.
Desde 1967 o artista participa de diversos salões; em 1969, ganha o Prêmio do Primeiro Salão de Verão no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Por ocasião do XIX Salão Nacional de Arte Moderna, também realizado no MAM-Rio, em 1970, Frederico Morais, impactado com as obras de Umberto Costa Barros, assim como os desenhos e obras ambientais de Claudio Paiva, publica o artigo: A Iminência de uma Revelação: “... É como se o desenho estivesse a exigir para a sua expansão o espaço real – o da vida – para novamente desabrochar. Do chão de papel para o piso do museu o desenho continua com a mesma carga de mistério.”
Os desenhos de 1974 aqui expostos remetem a uma série de projetos, esboços, em que o traço adquire valor essencial. A linha embaixo do desenho é uma constante nessa época, como se a existência da forma precisasse dela para existir ; é ela que permite a expansão do desenho no espaço da folha.
Os desenhos em guache preto - um deles reproduzido na revista Malasartes - transmite a sensação de peso e sugere volume no branco do papel, criando a impressão de uma terceira dimensão. Eles carregam a marca deste período sombrio da história brasileira.
![](http://www.rioecultura.com.br/expo/img/gal_arturfidalgo_claudio_paiva_03.jpg)
As Instalações de Bolso, peças realizadas com caixas de fósforos, aparecem no início dos anos 80. Constituídas por pequenos objetos do cotidiano, essas impenetráveis instalações, remetem também à fascinação dos títulos de Magritte e formam uma coleção de objetos paradoxais. Conceituada com extrema economia dos meios, a poesia da obra reside no encontro de uma palavra, uma letra, um traço, um objeto, um título. A palavra elabora a imagem, e a imagem desenha a palavra. A palavra, a letra, o traço, o título criam singular pictografia.
Paiva brinca com as palavras, desenha uma letra, uma pontuação, um sopro. Nos últimos desenhos a linha e a escrita fundem-se em uma só imagem. A encantadora espiritualidade da sua obra permanece aberta ao mundo e no seus ínfimos detalhes.
Catherine Bompuis
Setembro 2009
Local:
Galeria Artur Fidalgo
Rua Siqueira Campos 143, loja 147
Copacabana
(21) 2549-6278
Funcionamento:
de 2ª a 6ª feira, das 10h às 19h
Sábado, das 10h às 14h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.
Galeria Artur Fidalgo
Rua Siqueira Campos 143, loja 147
Copacabana
(21) 2549-6278
Funcionamento:
de 2ª a 6ª feira, das 10h às 19h
Sábado, das 10h às 14h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.