Primeira biblioteca-parque do país vai atender a 16 comunidades da região
quarta-feira, 26 de maio de 2010
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A unidade, inaugurada no dia 29 de abril de 2010, no complexo erguido pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Manguinhos, bairro da Zona Norte do Rio, foi inspirada nos projetos das cidades colombianas Medellín e Bogotá para promover a inclusão social e diminuir os índices de violência. Com mais de 2,3 mil metros quadrados, a biblioteca vai atender a mais de 100 mil pessoas de 16 comunidades da região. O espaço conta com ludoteca, filmoteca, sala de leitura para portadores de deficiências visuais, cineteatro, cafeteria, acesso livre à internet, rede wi-fi e uma sala chamada “Meu bairro”, decorada com fotos dos moradores e destinada a reuniões da comunidade. Até o fim do ano, o morador do Rio vai ganhar mais duas bibliotecas-parque: uma na Rocinha e outra no Complexo do Alemão, e poderá voltar a visitar as bibliotecas do Centro e a de Niterói, que estão sendo reformadas. Apenas com a referência da biblioteca de seu colégio, Lorena ficou fascinada com a estrutura vizinha ao prédio onde mora. Espaço inovador, na biblioteca-parque de Manguinhos pode-se conversar e até lanchar. Além disso, haverá atividades culturais para todas as idades: leitura, cursos, oficinas, estágios e intercâmbios. — Achei muito legal. O que eu mais gostei foi da sala de brinquedos — conta Lorena, de 9 anos e moradora da região, que testou os jogos em um dos computadores antes de procurar o primeiro título para ler: “O que é que tem o meu cabelo?”, de Satoshi Kitamura. Para a construção da biblioteca e a aquisição dos equipamentos, mobiliários e acervo de 25 mil livros, 800 filmes, 40 computadores, 3 milhões de músicas e três livros eletrônicos, o governo federal investiu R$ 7,4 milhões, e o estado, R$ 1,2 milhão. Madrinha do espaço, a Academia Brasileira de Letras vai contribuir com doação de livros e consultoria na aquisição de novas obras. — Investimentos urbanísticos, sociais e culturais geram mudança. Com a pacificação, espaços como este demonstram uma mudança de rumo do povo do Rio de Janeiro. Essa biblioteca é um exemplo a ser seguido. É um avanço — afirma o governador Sérgio Cabral. Mãe de Lorena e mais sete filhos, a dona de casa Sueli Santiago da Silva, de 44 anos, nunca tinha visitado uma biblioteca. — É coisa de primeiro mundo. Vou voltar a estudar este ano e vou usar estes livros — planeja Sueli, que cursou até o 5º ano. A estudante Michelle Dayane da Silva Ramos, de 20 anos, moradora dos apartamentos do PAC, levou sua filha Keylla da Silva, de 2 anos, para conhecer a biblioteca-parque. Mesmo sem conhecer as letras, a menina já demonstrou interesse pelos livros. Keylla pegou um exemplar de “A bússola e a balança”, de Maria Lúcia de Arruda Aranha, e não largou mais. — Ela juntou um monte de livros na cadeira e ficou folheando — conta Michelle, que estava ansiosa para visitar o local: — A gente já estava esperando pela biblioteca, antes mesmo dos apartamentos. Minha filha vai ter uma oportunidade que eu nunca tive. Na minha casa, só tem livro didático. Com apenas 5 anos, a menina Vitória Maria já começou a usar um dos computadores da sala de leitura auxiliada pela mãe, Vanessa Magalhães Soares, de 27 anos. A criança, que nunca tinha visitado uma biblioteca e está aprendendo a ler, anuncia com certeza de gente grande que tem compromisso certo para o dia seguinte: — Ainda não vi os livros, mas amanhã eu volto aqui. A biblioteca-parque de Manguinhos funciona de terça a domingo, das 9h às 21h. Endereço: Avenida Dom Helder Câmara 1.184, Manguinhos. Fonte: http://www.sergiocabral.com.br/internet/Noticia.do?id=28 |
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