Vandalismo destr�i hist�ria do Rio e custa caro aos cofres da cidade

ter�a-feira, 3 de mar�o de 2009

Pichar muros, quebrar bancos de pra�as e roubar pe�as de monumentos: tudo isso � crime e um desrespeito � cidade. Na segunda reportagem da s�rie Seja Carioca, veja o quanto sai caro para a cidade restaurar tudo que � quebrado e atacado por v�ndalos e tamb�m exemplos de cariocas que aprenderam a cuidar do patrim�nio de todos.

O Rio de Janeiro est� em segundo lugar no mundo em n�mero de monumentos. Depois de Paris, a cidade � a capital com mais s�mbolos p�blicos que guardam um pouco da pr�pria hist�ria. S�o quase 700 espalhados por todo o Rio.

S�o bustos em pra�as, museus, est�tuas, igrejas e outras tantas constru��es preservadas h� s�culos. Muitas passam despercebidas na correria do dia-a-dia.

� o caso do obelisco, no fim da Avenida Rio Branco, com 18 metros de altura. � dif�cil achar algu�m que j� tenha dado uma olhadinha na placa. �� um l�pis�, diz um senhor. "� um dedo", comenta um rapaz. "� um cristal", afirma outro senhor.

Pouca gente sabe o significado, mas o obelisco foi um marco da inaugura��o da ent�o Avenida Central, que hoje � a Rio Branco. A �rea era um cal�ad�o que separava a rua da Ba�a de Guanabara. Mas, com as depreda��es, uma parte da hist�ria foi indo embora.

A pesquisadora Vera Dias, da Funda��o Parques e Jardins, estuda os atos de vandalismo na sociedade e descobriu um n�mero alarmante: em cinco anos, a prefeitura gastou cerca de R$ 2 milh�es para manter viva a hist�ria do Rio.

Em Copacabana, os �culos de Drummond j� foram roubados cinco vezes. O monumento a Zumbi dos Palmares j� bateu recorde: 23 picha��es em s� um ano.

Quem destr�i um simples brinquedo de pra�a, por exemplo, pode n�o lembrar, mas o conserto sai do bolso de cada cidad�o.

�A gente verifica que, quanto mais a gente rep�e as obras, limpa a picha��o, rep�e as pe�as, poucos dias depois, a pe�as est�o novamente quebradas. Se n�o se tivesse esse custo t�o alto com a limpeza, n�s poder�amos recuperar obras antigas que est�o muito danificadas com o pr�prio desgaste do tempo. Com os equipamentos, n�s poder�amos ampliar as �reas da cidade que ainda n�o t�m brinquedos dispon�veis para toda a popula��o�, afirma Vera Dias, da Funda��o Parques e Jardins.

Em muros da cidade, est�o as marcas do vandalismo. Ao todo, R$ 800 mil � o que se gasta por ano para limpar picha��es.

O estudante Joseilton Cavalcanti se arriscou por mais de um ano, durante as madrugadas. � um ex-pichador. �Comecei a pichar com 12 anos. �s vezes, dava medo, mas, �s vezes, n�o dava. Quando eu pegava um lugar alto, eu achava que era a maior adrenalina e que ia ganhar fama. Mas, depois que eu descobri o grafite, ele se tornou o n�mero. Eu amo o grafite�, declara o jovem.

Hoje, ele faz parte de um projeto da Central �nica de Favelas (CUFA) que ensina a arte do grafite em comunidades. Nas m�os desses jovens, as paredes cinzas ganham cores vivas.

Aos poucos, a cidade se transforma em uma imensa galeria, com mensagens agrad�veis aos olhos de qualquer cidad�o. �Hoje, ele come�a a pensar que a tinta, que ele gasta com um monte de rabisco, ele pode juntar com mais algumas tintas e fazer alguma coisa muito mais bonita�, afirma o coordenador da CUFA, Alexandre Ferreira.

�Assim, ele para de fazer vandalismo na cidade e deixa a cidade muito mais bonita e colorida e tira um pouco desse aspecto sujo dos rabiscos que � a picha��o�, declara Alexandre.

�Picha��o, nunca mais. Isso n�o tem futuro�, declara Joseilton.

Fonte: RJTV 1� Edi��o [03.03.09]

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