O Barroco no Popular e o Popular no Barroco
Abertura: 8 de dezembro de 2008
Encerramento: 1 de fevereiro de 2009
Você sabia que o nosso carnaval é a maior festa barroca popular do mundo? E que essa é apenas uma das heranças barrocas no cotidiano do brasileiro? A exposição "O barroco no popular e o popular no barroco" apresenta, pela primeira vez, o barroco como expressão que ajuda a fundar a nossa cultura popular. Coordenado pela designer e museógrafa Claudia Zarvos, com curadoria da antropóloga Gisele Catel e da historiadora Cristina Ávila, a mostra reúne mais de 60 peças ligadas a devoção, ao cotidiano, às festas e à fantasia.
Entre elas estão: cerâmicas marajoaras, orixás, oratórios, presépios, ex-votos, vestidos dos cortejos de anjinhos do coração de Minas Gerais, imagens de santos, virgens e anjos da guarda confeccionados por artistas populares anônimos e reconhecidos, como Mestre Vitalino e Osmundo Teixeira. Integram a mostra também fotos, de Christian Cravo e de Renato Velasco, de festejos populares ampliadas para criar um ambiente mais realista.
A grande atração é, sem dúvida, a primeira instalação que se tem conhecimento de um altar de Umbanda em um centro cultural, montada pela Mãe de Santo da Tenda Espírita São Gerônimo (uma das mais tradicionais da cidade). A intenção da curadora foi transformar a sala em um espaço sensorial impregnado de religiosidade, bem ao estilo barroco.
O visitante vai perceber que não é mera coincidência às semelhanças entre o Carnaval carioca e a Festa dos Bois de Parintins. Os dois festejos, assim como as cavalhadas, maracatus e congados, estão impregnados da nossa herança barroca, de onde tiraram o gosto pela alegoria, subversão, sensualidade e teatralidade.
"No Brasil, muito além da arte, o barroco se traduz numa maneira de festejar e viver", explica a historiadora Cristina Ávila. "Nossa intenção é demonstrar que as formas e expressões populares nascem com uma criatividade exacerbada pelo espírito libertino, festivo e fecundo do barroco", complementa a antropóloga Gisele Catel.
O público é convidado a percorrer a história do barroco desde o século XV. quando chegou ao Brasil Colônia como arma de dominação, até ser incorporado por brancos, índios, negros e mestiços para modificar o gosto, o estilo e a vida que adotamos ainda hoje. Nesse percurso, o visitante é introduzido às raízes européias, ameríndia e africana - as etinias que se irriqueceram com o sincretismo barroco.
A EXPOSIÇÃO
A exposição possui como estrutura básica 3 temas:
- Raízes ("Portugueses", "Africanos" e "Ameríndios")
- Devocional ("Barroco colonial", "Anjos e arcanjos", "A devoção marial e dos santos" e "Objetos de fé")
- Barroco no Popular ("O insólito e bizarro", "O teatro da vida" e "Folguedos e festas profanas")
RAÍZES
Os portugueses, ao colonizar as terras brasileiras, tinham como missão, além da conquista, a evangelização dos novos fiéis para a Igreja Católica. Assim, a arte barroca se torna um instrumento eficiente - não exigia o conhecimento teológico, mas apenas um engajamento sensorial. Quando do momento do encontro entre diferentes povos (indígenas e africanos) - dotados de uma cultura já existente - somados à realidade da colonização barroca portuguesa, desevolvem uma expressão artística original. O sincretismo barroco enriquecido pela diversidade origina uma arte própria que distingue a criatividade do povo brasileiro até os dias atuais.
DEVOCIONAL
A religião popular é, com o passar do tempo, impregnada e assimila a influência de novas culturas e crenças. No Brasil a fé tem sua expressão religiosa carregada de afetividade. A divindade é humanizada, aproximada do fiel. Além da religião oficial, existem outras formas cotidianas de vivenciar a religiosidade, as religiões derivadas e sincréticas, como o Candomblé. O que vem daí não é o conhecimento teológico, mas a crença do dia-a-dia, o santinho de proteção pessoal, a devoção no santo protetor, a certeza de que ele é um amigo íntimo ao qual se pode recorrer nos mais diversos momentos.
O BARROCO NO POPULAR
No Brasil, todas as formas de arte populares estão impregnados pela alma barroca, o que explica seu vigor, diversidade e criatividade. Durante a liturgia religiosa e nas festas profanas que o barroco exerce e se mostra de forma mais suntuosa. Atualmente, as festas e manifestações populares, que entusiasmam e movimentam multidões, são os elementos mais visíveis e marcantes do barroco. As Cavalhadas, os Congados, Maracatus e, acima de tudo, o Carnaval são um universo poético do barroco que movimenta e comove todo o povo brasileiro.
Clique aqui e veja o álbum com algumas fotos da exposição.
Local:
CAIXA Cultural Rio
[Unidade Almirante Barroso]
Avenida Almirante Barroso, 25
Centro
(21) 2544-4080
Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 10h às 21h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.
CAIXA Cultural Rio
[Unidade Almirante Barroso]
Avenida Almirante Barroso, 25
Centro
(21) 2544-4080
Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 10h às 21h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.