Waldomiro de Deus, 50 Anos de Pintura
rioecultura : EXPO Waldomiro de Deus, 50 Anos de Pintura : Centro Cultural Correios
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Abertura: 28 de setembro de 2011
Encerramento: 13 de novembro de 2011

É realmente de Deus esse Waldomiro que reinventa a vida com a pureza de sua ingênua sabedoria. Um poeta do povo, um mágico”. A afirmação é do escritor Jorge Amado e se refere à obra do pintor naïf baiano Waldomiro de Deus, 66, que comemorará meio século de pintura com uma mostra individual no Centro Cultural dos Correios Rio de Janeiro. A exposição, que será aberta no dia 28 de setembro às 19 horas, com a presença do artista, inclui 30 obras pintadas nas décadas de 60, 70, 80, 90 e nos primeiros anos no novo milênio. Ela revela um universo pictórico rico que inclui desde recriações da natureza e da vida cotidiana do povo brasileiro até grandes tragédias nacionais e internacionais como o ataque às torres gêmeas de Nova York, ocorrida há 10 anos, o atentado terrorista a uma estação de Madri, na Espanha, o recente tsunami que atingiu o Japão depois de um terremoto de 8.9 graus na escala Richter, o acidente ocorrido na construção da Estação Pinheiros do Metrô de São Paulo.

A exposição tem curadoria do crítico de arte Enock Sacramento, que acompanha a carreira do artista há mais de três décadas, que está escrevendo sua biografia e que considera suas pinturas projeções de um Brasil profundo e como manifestação cultural digna de ser vista e refletida". Segundo o curador, “a obra plástica de Waldomiro tem um espectro temático muito amplo e, além de se referenciar em acontecimentos de grande repercussão, também se volta para a natureza, a celebração do amor, da solidariedade e da elevação espiritual”.



O ARTISTA

rioecultura : EXPO Waldomiro de Deus, 50 Anos de Pintura

Nascido em Itajibá, no interior da Bahia, a primeira coisa que impactou o artista foi a paisagem, a flora, a fauna, a natureza. A obra mais antiga da mostra é uma paisagem, realizada com guache sobre cartolina. Utilizou esses materiais porque foram os materiais que ele encontrou na casa de um antiquário de São Paulo para o qual trabalhou como jardineiro. Pintando até altas horas da noite, Waldomiro sentia sono durante o dia e por isso foi demitido do emprego.

Levou seus primeiros guaches para o Viaduto do Chá e com o produto da venda sobreviveu modestamente. Sua primeira exposição individual ocorreria em 1962, no Parque Água Branca, em São Paulo. Nesta exposição, Waldomiro conheceu o decorador Terry Della Stuffa, que tornou-se seu mecenas. Apresentou-o ao mundo artístico e social de São Paulo. Waldomiro aprendeu rápido a se virar e, em 1966 participava da I Bienal Nacional de Artes Plásticas, realizada em Salvador, Bahia e de coletivas no exterior. No ano seguinte suas obras foram expostas na IX Bienal Internacional de São Paulo. A partir de então sua participação em mostras nacionais e internacionais se intensificou.

De 1969 a 1973, Waldomiro realizou uma série de viagens internacionais que incluíram a Europa, a Ásia e a America Latina. Em Israel morou num convento. Místico, afirma que foi lá que sentiu, “num raio de luz azul que veio do céu, a presença de Deus”. Retornando ao Brasil, casa-se, em Osasco, com Maria de Lourdes da Hora, hoje Lourdes de Deus, pintora, com quem tem seis filhos, todos com nomes bíblicos: Rebeca, Amomm, Edomm, Edemm, Naara-Tov e Sara.

Estudando sua obra e sua religiosidade, Maria Filomena Gonçalves Gouvêa apresentou, em 2002, dissertação de mestrado no Departamento de Filosofia e Teologia da Universidade Católica de Goiás com o título de “O profeta da pintura entre Deus e o outro – Um estudo dos aspectos sócio-cultural e religioso na obra artística de Waldomiro de Deus”.

O pintor foi ainda tema de outra dissertação de mestrado, apresentada por Oscar D’Ambrósio na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, da qual resultou o livro “Os pincéis de Deus”, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Editora UNESP. Waldomiro foi ainda tema do cordel “Vida, Amor e Glória de Waldomiro de Deus”, escrito por Brahama Boulitreau, editado pelo Colégio Anglo de Osasco, em 1983, e de trabalhos acadêmicos na Universidade de São Paulo.
Local:
Centro Cultural Correios
Rua Visconde de Itaboraí, 20
Centro
(21) 2253-1580

Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 12h às 19h

Ingresso:
Entrada franca

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.