Liberdade – As aquarelas [Carlos Vergara]
Abertura: 26 de maio de 2011
Encerramento: 7 de agosto de 2011
Quando o Complexo Penitenciário Frei Caneca – que começou a ser erguido em 1850 e era o mais antigo presídio do país – foi implodido, no início da tarde de 13 de março de 2010, a exposição Liberdade – As aquarelas começava a tomar forma. Ao presenciar (e filmar) as duas implosões, o artista plástico Carlos Vergara voltou a pensar sobre um tema que de certa forma já havia abordado e que para ele continua pertinente.
“O artista pensa desenhando”, diz. E foi isso o que ele fez, em 27 aquarelas que compõem a exposição da Mul.ti.plo Espaço Arte, a partir de 26 de maio. A mostra foi construída paralelamente à exposição Liberdade, que acontece no Parque Lage a partir do dia 21 de maio, sobre o mesmo tema. Mas tem vida própria. “A aquarela é uma maneira de colocar o pensamento para fora, de forma simples. Montei um ateliê no meu quarto, ao lado da cama e desenhava. Quando desenho uso recursos elementares e é quando solto a minha ‘caligrafia’”, conta.
As aquarelas referentes à exposição Liberdade já nascem com plena cidadania. Não são meras anotações, rascunhos. Possuem autonomia, por sua densidade poética. Cada uma sugerindo caminhos inéditos. A percorrer. Daí a ideia de se fazer uma exposição própria, só com as aquarelas e os 3D lenticulares construídos com as fotos dos escombros. A princípio Vergara ficou em dúvida, mas o tempo passou e a Mul.ti.plo poderá mostrá-las em uma bela exposição.
De qualquer maneira, Vergara vê paralelos entre as duas mostras: “Se a do Parque Lage é uma sinfonia, a da Mul.ti.plo é música de câmara. Mas ambas são ‘músicas com letra’, são expressões diferentes sobre o mesmo tema”, diz o artista, que desde a implosão ficou envolvido com essa questão. Por isso, paralelamente à realização das obras, releu Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos; visitou o Museu do Inconsciente, da Dra. Nize da Silveira; e conversou longamente com o fotógrafo Paulo Jabur. Não por acaso, os três foram presos políticos, em épocas diferentes, no Frei Caneca.
A maior preocupação de Vergara foi como abordar o assunto sem ser oportunista com o sofrimento, demagógico com a tragédia humana ou prepotente e distante com o tema. “Foram 58.400 dias sinistros, o tempo em que funcionou o Frei Caneca. Esta exposição é o trabalho de trazer para a arte um estranho assunto e trabalho de um homem maduro, que não tem medo do escuro”, diz.
Além das 27 aquarelas, quatro trabalhos em 3D da mesma série completam a mostra.
Local:
Mul.ti.plo Espaço Arte
Rua Dias Ferreira, 417 - sala 206
Leblon
(21) 2259-1952
Funcionamento:
de 2ª a 6ª feira, das 10h às 18h
sábados, do meio-dia às 16h
Ingresso:
Entrada Franca
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.
Mul.ti.plo Espaço Arte
Rua Dias Ferreira, 417 - sala 206
Leblon
(21) 2259-1952
Funcionamento:
de 2ª a 6ª feira, das 10h às 18h
sábados, do meio-dia às 16h
Ingresso:
Entrada Franca
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.