Coleção Brasiliana Itaú
rioecultura : EXPO Coleção Brasiliana Itaú : Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
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Abertura: 17 de setembro de 2010
Encerramento: 21 de novembro de 2010

A mostra, realizada pelo Itaú Cultural, reúne mais de 300 itens ligados à história do Brasil e expõe, pela primeira vez, a obra Souvenir de Rio de Janeiro, de Debret, Rugendas, Barat e Araújo Porto Alegre. Este trabalho, considerado único na iconografia brasileira, é a mais recente aquisição do acervo do Itaú.

O MNBA recebe a exposição Coleção Brasiliana Itaú, com mais de 300 peças – entre pinturas, aquarelas, desenhos, gravuras, mapas e livros – ligadas à história do Brasil. Após ser vista na Pinacoteca do Estado, em São Paulo, e no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro, a mostra tem curadoria de Pedro Corrêa do Lago.

rioecultura : EXPO Coleção Brasiliana Itaú no MNBA

Esta exposição traz um diferencial em relação às anteriores: a exibição, pela primeira vez, de Souvenir de Rio de Janeiro – obra única e de importância fundamental para a Iconografia do Rio de Janeiro, que permaneceu inédita até se tornar a mais nova aquisição deste acervo.

Trata-se de um trabalho em aquarela, óleo, lápis e colagem realizado por Jean-Baptiste Debret, Johann Moritz Rugendas, Araújo Porto Alegre e Victor Barat em homenagem ao Rio de Janeiro, em 1832. A obra, um trompe l’oeil, simula 16 imagens como se jogadas sobre uma mesa, criando uma ilusão de ótica em que as peças parecem sobrepor-se.

“É um exemplo único de colaboração entre vários dos artistas mais famosos atuantes no período, reunidos em um quadro”, observa Corrêa do Lago. “Este é um feito técnico raramente igualado pelos melhores artistas viajantes.”

O curador observa que a tradição do trompe l’oeil na Europa já remontava ao século XVII, mas ressurgiu com força nas primeiras décadas do século XIX e foi o meio escolhido por Barat, ao liderar o grupo de artistas que resolveu expressar ao Ministro da França Édouard Pontois, por meio desta obra, sua gratidão pela proteção recebida nos anos em que o diplomata francês representou seu governo junto a D. Pedro I, até o momento de sua abdicação em abril de 1831.

“A redescoberta deste trabalho de grande originalidade, sofisticação técnica notável e elaborada composição, enriquece a arte do período”, continua ele. “A variedade e riqueza das imagens que integram a composição desta aquarela levantam inúmeras questões instigantes e indicam vários novos caminhos de interpretação da herança artística dos cronistas pictóricos da realidade brasileira que atuaram no primeiro quartel após a chegada da família real.”

A exposição

O acervo completo da Brasiliana Itaú atualmente conta com mais de dois mil títulos, com cerca de cinco mil iconografias. Abrange desde o período colonial até as primeiras edições dos mais conhecidos álbuns produzidos durante o século XIX sobre o país, bem como livro de artistas ilustrados do século XX. Entre as peças apresentadas nesta exposição, vale destacar, também, o retrato de Dom Pedro II, ainda jovem, realizado por Rugendas em 1846. A obra foi adquirida em junho diretamente da família real brasileira para o acervo do Itaú e exposta pela primeira vez em Belo Horizonte.

Além desses trabalhos, a mostra apresenta farta iconografia sobre o Brasil colonial por meio de mapas, livros, pinturas, gravuras, moedas e objetos, com especial enfoque no Brasil holandês. Vale ressaltar a pintura Povoado Numa Planície Arborizada. Esta obra de Frans Post retrata um típico povoado do nordeste no século XVII com elementos fidedignos, mas organizados segundo a imaginação do autor.

Outra parte fundamental da exposição é formada por um conjunto de quadros e gravuras dos viajantes e naturalistas, com ênfase na iconografia do Rio de Janeiro e de São Paulo, e nos álbuns de gravuras da fauna e flora brasileiras. Entre os destaques estão Panorâma da Cidade de São Paulo [Provìncia], 1821, de Arnaud Julien Pallière, que retrata uma panorâmica da cidade de São Paulo e o recém-descoberto Segundo Casamento de D. Pedro I, 1829, de Debret. Mais pinturas de importantes artistas viajantes também integram esta seção, em aquarela ou em gravura do Rio de Janeiro e outras obras ligadas à família real portuguesa e imperial brasileira.

A última parte da mostra contém livros de grande relevância na cultura brasileira, manuscritos de todos os governantes do país e documentos do período da escravidão. Os grandes livros publicados a respeito do Brasil no exterior estão em grande parte presentes, assim como a quase totalidade dos álbuns iconográficos, tanto aqueles impressos na Europa como no Brasil.

As obras-primas da literatura brasileira constam nas suas primeiras edições, muitas vezes com dedicatória. Os maiores artistas nacionais também comparecem nos livros de artista, e a coleção de mapas abrange quase toda a cartografia impressa do Brasil. Os conjuntos manuscritos não são menos importantes e trazem peças fundamentais, sobretudo na história e na literatura.

Mais de 20 destas obras, entre livros, capas de livros, serigrafias e gravuras relacionadas com a literatura, foram exibidas na Casa da Cultura de Paraty, durante a mais recente edição da FLIP. Por exemplo, o primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade, ilustrado por Tarsila do Amaral em 1927. Ou Poesias Reunidas, do mesmo poeta, ilustrada por Flávio de Carvalho, passados 40 anos – em edição publicada pela editora Difusão Européia do Livro (1966). Entre outras raridades da mostra, se encontra Memórias Posthumas de Braz Cubas, ilustrado por Cândido Portinari, em 1943. A dupla se repete em O Alienista, de Machado de Assis, (Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1948).

A Coleção

O termo Brasiliana engloba coleções de pinturas, livros, objetos, imagens e documentos relacionados com o Brasil nos 500 anos de sua história. A coleção Brasiliana Itaú é um dos mais amplos e significativos acervos de memória histórica e visual brasileira formado nos últimos 10 anos, por iniciativa do empresário Olavo Setubal.

A exposição da Coleção Brasiliana Itaú até agora já foi vista por quase 100 mil pessoas.
Local:
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Avenida Rio Branco, 199
Centro
(21) 3299-0600

Funcionamento:
De 3ª a 6ª feira, das 10h às 18h
Sábado, domingo e feriado, das 12h às 17h

Ingresso:
R$8 [inteira]
R$4 [meia]
Gratuidade para: pessoas acima de 65 anos, estudantes da rede pública e de professores de órgãos reconhecidos pelo MEC.
Ingresso família: R$8 para até 4 pessoas juntas da mesma família
Entrada franca aos domingos

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.