Os Amigos da Gravura 2010 [Ana Holck]
Abertura: 12 de agosto de 2010
Encerramento: 13 de dezembro de 2010
A escultora Ana Holck modifica a relação entre obra de arte e colecionador no projeto Os amigos da gravura.
É uma jóia? Uma escultura? Um múltiplo? Ou tudo isso junto? A peça que a artista plástica carioca Ana Holck apresenta no projeto Os amigos da gravura, a partir de 12 de agosto no Museu da Chácara do Céu, subverte a relação obra-público – ou melhor: entre a obra e quem a adquirir, uma vez que uma das marcas do projeto é vender o trabalho exposto, em uma produção de 50 exemplares. O fato de tornar a obra acessível por meio da tiragem foi, inclusive, o mote da criação.
Para a exposição, a escultora elaborou um tridimensional articulado, uma mini-escultura usável: um colar ou uma jóia – mesmo que elaborada em chapa de latão e ladrilho. E é aí que Ana Holck incrementa a relação entre o comprador de uma obra de arte e a própria obra: nada de ficar olhando para ela. O corpo servirá, literalmente, de suporte para a peça!
A mini-escultura partiu de um projeto anterior, realizado no fim de 2009, e que segue o mesmo conceito: uma enorme peça articulada em policarbonato alveolar e blocos de concreto hexagonais – os mesmos usados para calçamento de rua. O diálogo entre o bidimensional e o tridimensional se repete agora em miniatura, no colar-escultura da exposição.
“Dos processos tradicionais de gravura eu mantenho o metal, o corte, que nesse caso foi realizado por uma fresa; e a pedra, que na escala de jóia virou pastilha de revestimento, no lugar do bloco de concreto”, explica Ana Holck, que trabalhou junto à joalheira Adriana Soares e a André Monteiro, para o recorte em metal.
Além da mini-escultura/colar, Ana vai expor, em duas salas, três peças da série Torres, em acrílico, com dois metros de altura – um trabalho recente; mini-esculturas articuláveis (que também são desdobramentos da “jóia” do projeto); e uma grande escultura sem título.
E ainda haverá intervenções em dois ambientes do museu, na sala de jantar e na biblioteca.
“Nas intervenções eu uso objetos da própria casa como contrapeso para as tramas de policarbonato alveolar que irradiam pelo espaço”, antecipa a escultora.
SOBRE ANA HOLCK
Nasceu no Rio de Janeiro, em 1977, onde vive e trabalha. É formada em Arquitetura e Urbanismo pela UFRJ, mestre em História pela PUC-Rio e doutoranda em Linguagens Visuais pela EBA/ UFRJ.
Desde 2001 vem realizando mostras individuais onde apresenta instalações de grande formato. Entre suas principais exposições estão "Notas sobre Obras", Mercedes Viegas Arte Contemporânea (2006); "Canteiro de Obras", Paço das Artes (2006); "Elevados", Paço Imperial (2005); e “Quarteirão”, Centro Universitário Mariantonia (2004). Participou das coletivas Trilhas do Desejo, Rumos Itaú Cultural (2009); Borderless Generation, Korea Foundation, Seul (2009); e Nova Arte Nova, CCBB (2008). Em 2009 recebeu o Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça, e ainda os Prêmios UniversidArte, em 2007, e Projéteis FUNARTE, em 2005. Como estudante de arquitetura recebeu os prêmios Paviflex (IAB/ SP, 2001) e Arquiteto do Amanhã (IAB-RJ, 2000). Em 2004, foi contemplada pelo Programa de Bolsas RIOARTE.
Possui trabalhos nas coleções Itaú Cultural; MAM São Paulo, MAM Rio de Janeiro (col. Gilberto Chateaubriand); e MAC-Niterói. Em setembro participará da exposição “Lugar Algum” no SESC Pinheiros, e em novembro fará exposição individual no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro.
SOBRE O TRABALHO DE ANA HOLCK
Guilherme Bueno, historiador e crítico de arte, no texto Corpo pavimentado, escrito especialmente para a exposição, diz: "O projeto de Ana Holck para Os Amigos da Gravura aventa espaços públicos e privados, questões semelhantes àquelas de seus outros trabalhos, modificando, contudo, a relação espectador/obra. Em alguns casos o espectador entra (mesmo especulativamente) na obra; em outros a escala entre as partes se faz eqüitativa – como em suas esculturas recentes. Aqui há uma inversão, fazendo-nos pensar se ela se ajustaria ao espectador, tomando-o (metaforicamente) como “pedestal”. Sua gravura é uma ocupação arquitetônica e subjetiva. O colar (com outra inversão – de valores: uma jóia de materiais não nobres) remete materialmente, com sua pastilha de piso, aos blocos de pavimentação usados pela artista em esculturas cujo cerne é o contato e contágio entre uma construtividade urbana e procedimentos artísticos. (...) Ela circula entre pescoços, olhares, criados mudos e conversas se “instalando” no ritmo de um espaço menos físico e mais da `sociabilidade`."
SOBRE O PROJETO OS AMIGOS DA GRAVURA
A Sociedade Os Amigos da Gravura, criada em 1952 pelo empresário e mecenas Raymundo Ottoni de Castro Maya, sempre teve como objetivo difundir a gravura, estimular os artistas nacionais, disseminar a arte contemporânea e fomentar o colecionismo.
Nesta primeira fase da associação participaram artistas de renome como Oswaldo Goeldi, Fayga Ostrower e Lívio Abramo, entre tantos outros. Interrompido durante quase quatro décadas, o projeto foi retomado em 1992 com o lançamento da gravura Ciclistas, do pintor Iberê Camargo. De lá pra cá, fizeram parte de Os Amigos da Gravura Fayga Ostrower, Rubem Grillo, Anna Letycia, Antonio Dias, Daniel Senise, Malu Fatorelli, Waltércio Caldas, Beatriz Milhazes e Cildo Meirelles, só para citar alguns nomes. A cada ano, novos artistas – consagrados e que estão despontando agora no cenário das artes plásticas – são convidados a participar do projeto com uma gravura inédita, vendida no próprio museu. A tiragem de cada gravura é limitada a 50 exemplares.
Local:
Museu da Chácara do Céu - Museus Castro Maya (MCM)
Rua Murtinho Nobre, 93
Santa Teresa
(21) 2224-8981
Funcionamento:
De 2ª feira a domingo, das 12h às 17h
NÃO ABRE: as terças-feiras
Fecha nos dias 1º janeiro, período de Carnaval, 25 e 31 dezembro
Ingresso:
R$2
Entrada franca as quartas-feiras
Gratuidade para adultos acima de 65 anos, crianças até 12 anos, grupos escolares, professores e guias de turismo em serviço.
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.
Museu da Chácara do Céu - Museus Castro Maya (MCM)
Rua Murtinho Nobre, 93
Santa Teresa
(21) 2224-8981
Funcionamento:
De 2ª feira a domingo, das 12h às 17h
NÃO ABRE: as terças-feiras
Fecha nos dias 1º janeiro, período de Carnaval, 25 e 31 dezembro
Ingresso:
R$2
Entrada franca as quartas-feiras
Gratuidade para adultos acima de 65 anos, crianças até 12 anos, grupos escolares, professores e guias de turismo em serviço.
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.