D+ Lirium Camaleônico [Walter Goldfarb]
Abertura: 9 de abril de 2010
Encerramento: 30 de maio de 2010
Sob curadoria do crítico Paulo Herkenhoff, essa é a primeira individual do artista carioca Walter Goldfarb. São 32 pinturas de grandes dimensões, algumas chegam a 50 metros quadrados, produzidas entre 2006 e 2010, que ocupam três salas do museu, divididas nos segmentos:
- do corpo social, do corpo geográfico;
- do teatro do corpo, do corpo contemporâneo;
- do corpo delirante, do corpo levitante.
Cartografia do Poder
As telas, figurativas, abordam temas, como as marcas impressas no corpo e na psique, em tênue costura entre o imaginário do artista sobre os universos feminino e masculino, a tomada do poder pela mulher, a construção do corpo contemporâneo no Ocidente e a estética lisérgica dos anos 70 e 80.
Goldfarb cria constantemente técnicas de "pintura". Os trabalhos desta exposição têm laca aplicada com seringa, bordados em Gobelin com fios retirados da própria lona e tingidos no ateliê, bordados Richelieu, pigmentos de prata, ouro e cobre, bastões de carvão (fusain) e estonagem das telas, em um processo similar ao dos jeans stone washed.
Parte deste conjunto foi mostrado no Museum of Latin American Art [MOLAA], em Long Beach, Califórnia, de outubro de 2007 a maio de 2008, com curadoria de Agustin Arteaga, diretor do Museu de Ponce, Puerto Rico e ex-diretor e curador do MALBA, Buenos Aires.
A estas telas foi acrescentada a produção de 2009 e 2010, selecionada por Herkenhoff, que está escrevendo um livro sobre os 15 anos de carreira do artista.
Paixao Delirante T
Série lisérgica
A série LISÉRGICA, que Goldfarb traz ao MNBA, é a terceira fase da "Trilogia do êxtase". A primeira é a série BRANCA, que trata das relações entre o Cristianismo, Islamismo e Judaísmo através da ópera de Wagner, dos poemas de Teresa de Ávila e de mitos literários, como Fausto, mostrada em "Dos monstros e da razão" [Paço Imperial, 2000], e a segunda, a série NEGRA, alusiva a Rembrandt, Goya, Velázquez, Da Vinci e Vermeer, exibida em "Entre o paraíso e o inferno" [Centro Cultural Correios, RJ, 2005].
A série LISÉRGICA, iniciada em 2004, foi mostrada no MOLAA, no Museu de Arte Moderna de Sintra - Arte Latino-Americana na Coleção Berardo, junto com obras dos brasileiros Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Ernesto Neto, na individual na Gary Nader Fine Art, Miami, no Project Room El Posterior de La America, durante a Feira de Internacional de Arte de Milão 2008, e na Trienal de Milão.
Os trabalhos "lisérgicos" desta mostra buscam na solaridade do Rio de Janeiro a cor e a luz para uma reflexão sobre a possibilidade de uma pintura neo-impressionista, mesclada ao Barroco tão presente na obra de Goldfarb. Não por acaso, o artista produz boa parte das obras a céu aberto em seu ateliê de Santa Teresa, entre árvores centenárias que filtram os raios de sol sobre as telas.
Esta série é uma reação às séries BRANCA - impossibilidade do belo|pintura de escassez - e NEGRA - caos|pintura sem luz.
É através da combinação formal entre a paleta lisérgica e as imagens distorcidas de flores, tigres, cartografias, tatuagens que impregnam o corpo do carioca, arquiteturas palacianas, sacras, da Última Ceia de Da Vinci, de lírios de Monet, por exemplo, que Goldfarb vai comentar "a sacralidade do corpo santificado e profanado, desconstruindo o discurso moral e ético que estimulou a história da arte ocidental, para provocar uma experiência física e emocional no público, dissociada da fé religiosa, substituindo a idéia do êxtase religioso e do paraíso bíblico pelo simples prazer da percepção retínica", diz o artista.
O movimento hippie, a ideologia de paz e amor, a moda e a indumentária hindu formam a base da paleta lisérgica, feita da mistura do nanquim com anilinas alcoólicas, que mudam de acordo com a luminosidade. Outra característica da pigmentação das lonas pela tinta lisérgica é a metamorfose das cores durante o tempo de vida da tela, em função da irradiação e temperatura da luz.
As histórias por trás de cada "delírio" de Goldfarb impressas em suas lonas são metáforas sobre o paraíso e o inferno, sobre simbólicos universos masculino e feminino e o Jardim das Delícias, em que se transformaram as grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Miami, Londres e Nova York.
O artista tem obras na Coleção M. Cisneros - NY, Fondazione Golinelli - Bolonha, Itália, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro | Coleção Gilberto Chateaubriand, entre outros.
Local:
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Avenida Rio Branco, 199
Centro
(21) 3299-0600
Funcionamento:
De 3ª a 6ª feira, das 10h às 18h
Sábado, domingo e feriado, das 12h às 17h
Ingresso:
R$8 [inteira]
R$4 [meia]
Gratuidade para: pessoas acima de 65 anos, estudantes da rede pública e de professores de órgãos reconhecidos pelo MEC.
Ingresso família: R$8 para até 4 pessoas juntas da mesma família
Entrada franca aos domingos
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Avenida Rio Branco, 199
Centro
(21) 3299-0600
Funcionamento:
De 3ª a 6ª feira, das 10h às 18h
Sábado, domingo e feriado, das 12h às 17h
Ingresso:
R$8 [inteira]
R$4 [meia]
Gratuidade para: pessoas acima de 65 anos, estudantes da rede pública e de professores de órgãos reconhecidos pelo MEC.
Ingresso família: R$8 para até 4 pessoas juntas da mesma família
Entrada franca aos domingos
Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.