Abertura: 15 de novembro de 2009
Encerramento: 17 de dezembro de 2009

O que há por trás deste fascinante trabalho que é construir todo um universo imaginário para criar a atmosfera que dará consistência a um filme? Como induzir o público a ver o filme a partir da perspectiva da criação da imagem?



Pela primeira vez, o ofício do diretor de arte se transporta com toda sua magia e seus truques para as paredes, os monitores e as telas de uma galeria. Desenhando um Filme, a exposição que foi inaugurada no Oi Futuro Ipanema no dia 15 de novembro, domingo, às 11 horas, mostra a essência desse trabalho, na concepção de um dos profissionais de maior destaque na área: Marcos Flaksman.

Desenhando um Filme não tem uma pretensão eminentemente didática. É uma espécie de conversa sobre a imagem. Para representar o universo profissional do diretor de arte, Marcos Flaksman selecionou oito filmes e entrevistou diretores, fotógrafos e figurinistas com quem trabalhou. Todos contam, em tom apaixonado, as diferentes escolhas e caminhos percorridos.

Movidos pela paixão – O objetivo da exposição é focalizar os instrumentos e o processo de criação de um filme, mas, sobretudo, a dedicação e o amor ao trabalho da direção de arte. Afinal, montar o desenho do ambiente desejado e recriar cada lugar e cada espaço não é tarefa fácil e não se faz apenas com a cenografia.

A exposição pretende também mostrar a “arte coletiva” que é o cinema. É impossível criar a atmosfera exigida pelo roteiro se o figurino não estiver adequado, se a luz não funcionar naquela determinada cena e se não houver uma concepção geral clara do diretor do filme. “O que fazemos é uma colagem de imagens, de climas e de atmosferas”, observa Marcos Flaksman, há 40 anos na profissão e com mais de 25 longas-metragens no currículo.

A mostra

Ao chegar à galeria do Oi Futuro em Ipanema o público encontrará, inicialmente, quatro projeções contínuas de pequenos documentários sobre as imagens dos oito filmes selecionados para a exposição: Budapeste, de Walter Carvalho; Irma Vap – O Retorno, de Carla Camurati; O Primo Basílio, de Daniel Filho; Se Eu Fosse Você 1 e Se Eu Fosse Você 2, de Daniel Filho; O Veneno da Madrugada, de Ruy Guerra; O Xangô de Baker Street, de Miguel Faria Jr; e Zuzu Angel, de Sérgio Rezende. Essas telas exibem, simultaneamente, as conversas que Flaksman teve com os diretores, fotógrafos e figurinistas com quem trabalhou, além da seleção das imagens de seus filmes que as ilustram.

O segundo nível de leitura está dividido em duas partes:

Na primeira, montadas em painéis, estão imagens fotográficas dos “sets” de filmagem e de fotos “still”, cópias de croquis e desenhos de execução e pranchas de locações, além de textos que revelam a condução do trabalho em cada um dos oito filmes.

Na segunda, quatro monitores mostram, ininterruptamente, através de imagens fotográficas, as referências históricas usadas nos filmes, mostrados separadamente, como pinturas e desenhos, mais croquis e desenhos. Através de videografismo, o desenvolvimento do trabalho pode ser acompanhado.



Sobre Marcos Flaksman

Carioca, nascido em 1944, formou-se em Arquitetura pela UFRJ. Em 1967/1968 vai para a França e cursa Estudos Livres de Cenografia e Arquitetura Teatral, com Bolsa de Estudos do Governo Françês e do Ministério das Relações Exteriores. Recebeu três vezes o Prêmio Molière e outras premiações como o Mambembe, Prêmio Governador do Estado, Prêmio Ibeu, Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte, Crystal Lens for Best Art-Direction no Braziliam Film Festival, Miami,em 2001, 2004 e 2006, Prêmio de Melhor Direção de Arte da Associação Brasileira de Cinematografia, Grande Prêmio de Melhor Direção de Arte da Academia Brasileira de Cinema e Candango de Melhor Direção de Arte no Festival de Brasília. Realizou cerca de 70 espetáculos para teatro, nos quais atuou como cenógrafo e também como diretor, figurinista e iluminador. Como diretor de arte, também participou de óperas, shows e programas de TV. No cinema, assinou longas-metragens, como Garota de Ipanema, de Leon Hirszman, Brasil Ano 2000, de Walter Lima Jr., The Emerald Forest, de John Boorman, Moon Over Parador, de Paul Mazursky, Os Sete Gatinhos, de Nevile D`Almeida, O que é isso Companheiro, de Bruno Barreto, Villa-Lobos, uma Vida de Paixão, de Zelito Viana, Streets of Gold, de Joe Roth, Benjamim, de Monique Gardemberg, A Casa da Mãe Joana, de Hugo Carvana, Tempos de Paz, de Daniel Filho, além de outros filmes de sucesso e os títulos escolhidos para a mostra Desenhando um Filme.

FICHA TÉCNICA
Curadoria: Marcos Flaksman
Produção: Lumen Produções

Local:
Oi Futuro [Ipanema]
Rua Visconde de Pirajá, 54
Ipanema
(21) 3201-3000

Funcionamento:
de 3ª feira a domingo, das 13h às 21h

Ingresso:
Entrada franca

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.