ABL comemora centen�rio de nascimento de Jorge Amado

quarta-feira, 14 de mar�o de 2012

A Academia Brasileira de Letras (ABL) comemorar� este ano o centen�rio de nascimento do escritor baiano e Acad�mico Jorge Amado. A Presidente da ABL, escritora e Acad�mica Ana Maria Machado, Presidente tamb�m da Comiss�o Organizadora das Comemora��es, afirmou que se far� uma programa��o variada em parceria com universidades e institui��es culturais de quatro pa�ses da Europa � Fran�a, Inglaterra, Espanha e Portugal � e do Brasil.

A primeira homenagem ser� durante o �Salon du Livre�, de 16 a 19 de mar�o, em Paris. Na oportunidade, juntamente com a Sorbonne, universidade da qual ele foi Doutor Honoris Causa, ser� realizada a �Jornada Jorge Amado�, com uma programa��o que incluir� confer�ncias da Acad�mica N�lida Pi�on e do Acad�mico Sergio Paulo Rouanet sobre o escritor. A filha do homenageado, Paloma Amado, confirmou presen�a. Haver� tamb�m um debate de especialistas locais e professores de literatura com a participa��o da Presidente Ana Maria Machado, autora de �Rom�ntico, sedutor e anarquista: como e por que ler Jorge Amado hoje�, sobre os pontos pol�micos da cria��o do autor. A Academia prop�e, ainda, para este ano, a releitura e reconstru��o cr�tica de sua obra.

�Entendo que o centen�rio de Jorge Amado nos d� uma excelente oportunidade para fazer uma releitura de sua obra tendo em vista uma reconstru��o cr�tica da mesma. Desde que come�ou a publicar seus livros nos anos 30, a recep��o deles variou muito. Foram amados ou execrados, muitas vezes, por motivos extraliter�rios, pelo fato do autor ter pertencido ao Partido Comunista por muito tempo�, afirmou Ana Maria Machado.

Segundo a Presidente da ABL, os livros de Jorge Amado, tempos depois, tamb�m foram amados e execrados �por causa de sua associa��o com a Bahia, com uma atmosfera solar e sensual, pitoresca, quase folcl�rica. Foram ainda elogiados ou desancados pela linguagem coloquial do autor, t�o brasileira e longe dos modelos casti�os lusitanos�. De acordo com Ana Maria Machado, o que a Academia prop�e � que os livros de Jorge Amado sejam lidos ou relidos, para que cada leitor forme sua opini�o e somente se situe nesse debate, por exemplo, depois de ler um romance como Tenda dos milagres.

Para apoiar essa proposta de releitura, a ABL vai atuar em duas frentes: nacional e a internacional. No Brasil, ser� feita uma grande exposi��o em agosto, m�s do anivers�rio do homenageado, acompanhada de palestras, exibi��o de um ciclo de filmes baseados em sua obra e publica��o de artigos na Revista Brasileira, da Academia. Internacionalmente a programa��o tamb�m ser� variada, sempre em parceria com universidades e institui��es culturais. No decorrer do ano, n�o somente na Fran�a, mais tamb�m em outros pa�ses europeus, haver� uma s�rie de homenagens, em parcerias e na maioria das vezes com o apoio das embaixadas do Brasil naqueles pa�s es. Esses eventos incluem confer�ncias, mesas-redondas, exposi��es, leituras p�blicas de textos do autor, exibi��o de filmes, shows musicais.

�Em Paris, o apoio da municipalidade se traduzir� na possibilidade de coloca��o de uma placa na fachada do pr�dio onde ele morou, assinalando esse registro hist�rico. Tamb�m est� programado um ciclo de encontros nas bibliotecas municipais, nos quais os leitores discutiriam a obra do escritor a partir de leituras de trechos feitas por atores e atrizes conhecidos. Sempre dentro desse esp�rito: � hora de reler Jorge Amado.

Quinto ocupante da Cadeira 23 da ABL, eleito em 6 de abril de 1961, na sucess�o de Ot�vio Mangabeira, Jorge Amado tomou posse em 17 de julho do mesmo ano, sendo recebido pelo Acad�mico Raimundo Magalh�es J�nior.

Jornalista, romancista e memorialista, Jorge Amado tornou-se escritor profissional e viveu exclusivamente dos diretos autorais de seus livros. Estreou na Literatura em 1930, com a publica��o da novela �Lenita�, escrita em colabora��o com Dias da Costa e �dison Carneiro. Seus livros, escritos ao longo de 36 anos (1941 a 1977) foram publicados em 52 pa�ses e traduzidos para 48 idiomas e dialetos. Muitos deles foram adaptados para o cinema, o r�dio, a televis�o, bem como para hist�rias em quadrinhos, n�o apenas no Brasil, mas tamb�m em Portugal, Fran�a, Argentina, Su�cia, Alemanha, Pol�nia, It�lia, Estados Unidos e Tchecoslov�quia.

Autor de cl�ssicos da Literatura brasileira, como Dona Flor e seus dois maridos, O pa�s do carnaval, Capit�es de areia, Gabriela Cravo e Canela, Bahia de Todos os Santos, Tenda dos milagres, Teresa Batista cansada de guerra, entre muitos outros, Jorge Amado nasceu na Fazenda Auric�dia, em Ferradas, Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912. Faleceu no dia 6 de agosto de 2001 na cidade de Salvador, Bahia.

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