Merval Pereira assume na ABL e exorta à defesa da liberdade de imprensa
sábado, 24 de setembro de 2011
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“No Brasil, ainda enfrentamos ameaças dos mesmos grupos que tentam, mais numa vez, aprovar no Congresso uma legislação que controle os meios de comunicação”, afirma o novo ocupante da Cadeira 31 O Acadêmico Eduardo Portella, em seu discurso de recepção, fez uma veemente defesa da liberdade de imprensa e da democracia (“A corrida de obstáculos da democracia de massas é produtora de ruídos e armadilhas imprevisíveis”), e condenou a corrupção , o neopopulismo e o hiperpresidencialismo em curso no país O jornalista e escritor carioca Merval Pereira, 61 anos, tomou posse na Cadeira nº 31 da Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta sexta-feira, dia 23 de setembro, no Salão Nobre do Petit Trianon. Ele foi eleito no dia 2 de junho deste ano. Para o Presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, a presença de Merval Pereira “enriquece a nominata dos nossos sócios e mantém vivo o contingente de jornalistas. E louvo em representação de todos a Euclides da Cunha, o repórter maior”, afirmou. Merval Pereira afirmou em seu discurso que o Brasil ainda é uma exceção em um continente cada vez mais dominado por governos autoritários ou simples ditaduras: “Apesar disso, aqui também enfrentamos ameaças à liberdade de expressão. Os mesmos grupos tentam mais uma vez aprovar no Congresso uma legislação que controle os meios de comunicação, embora a própria Presidente Dilma já tenha declarado que a liberdade de expressão é fundamental na democracia”. O novo Acadêmico é autor, entre outros, do livro “O lulismo no poder”. Atualmente é colunista do jornal O Globo e comentarista político da Globonews e da rádio CBN. Ele substituirá o Acadêmico, romancista e médico Moacyr Scliar, falecido em fevereiro passado. A Cadeira 31 tem como fundador Luís Guimarães Junior, e patrono, Pedro Luís. Foi sucessivamente ocupada por João Ribeiro, Paulo Setúbal, Cassiano Ricardo, José Cândido de Carvalho e Geraldo França de Lima, substituído por Scliar em 22 de outubro de 2003. Merval Pereira foi recebido pelo Acadêmico Eduardo Portella, que proferiu o discurso de recepção. A comissão encarregada de introduzir o novo Acadêmico foi formada pela Acadêmica Nélida Piñon, e os Acadêmicos Domício Proença Filho e Geraldo Holanda Cavalcanti. Ainda de acordo com o cerimonial de posse, a aposição do colar foi feita pelo Acadêmico Arnaldo Niskier, a entrega da espada pelo Acadêmico José Sarney e a entrega do diploma pelo Acadêmico Candido Mendes de Almeida. Em seu discurso Eduardo Portella afirmou: “A corrida de obstáculos da democracia de massas é produtora de ruídos e armadilhas imprevisíveis. Mas a imprensa continua sendo a tribuna insubmissa, enérgica, demarcada hoje nos tempos nublados da derradeira modernidade, que há muito prefiro chamar de baixa modernidade. Quem tiver alguma dúvida, leia ou escute a palavra elucidativa de Merval Pereira. Ela e ele são protagonistas veementes dessa narrativa democrática, justamente agora, quando a indiferença e a agonia começam a anunciar a pós-democracia. A imprensa independente tem conseguido barrar a corrida frenética do ‘hiperpresidencialismo”, do parlamentarismo desidratado, e dos aparelhos ideológicos de Estado”. A mesa foi constituída, além de Vilaça e Portella, pelo Presidente do Senado e Acadêmico José Sarney, pelos Senadores Lindberg Faria e Agripino Maia, e pelos Ministros do Superior Tribunal Federal Carmen Lucia e Ayres Brito. Estiveram presentes também o Presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, o Vice-Presidente das Organizações Globo, José Roberto Marinho, o Diretor de Jornalismo da Rede Globo de Televisão, Ali Kamel, o ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal Eros Grau, o Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Risolia, o Ministro- chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Moreira Franco, e o ex-Governador de São Paulo José Serra, também candidato a Presidente da República na última eleição pelo PSDB.
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