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Paes pode ter que desembolsar mais R$ 80 milhões só para concluir projeto da Cidade da Música.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
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O prefeito eleito, Eduardo Paes, disse nesta quinta-feira que fará uma auditoria nas contas da Cidade da Música para saber o verdadeiro custo do complexo cultural, que já está em R$ 518,6 milhões. O futuro secretário municipal de Obras, Luiz Guaraná, disse ter ouvido do atual ocupante do cargo, Rodrigo Dantas, que a conta pode chegar a R$ 600 milhões porque serão necessárias obras de complementação do projeto, como informa reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal O Globo (acesso à íntegra somente para assinantes).

Guaraná disse que a estimativa de Dantas foi feita numa reunião na terça-feira. Na segunda-feira, Dantas dissera que a conta da Cidade da Música estaria fechada em R$ 518,6 milhões. E que ficariam para o novo governo apenas R$ 34 milhões em restos a pagar dos contratos já existentes. Nesse cálculo não estão incluídas as despesas de implantação de cinemas, restaurantes e estacionamentos. O futuro secretário de Obras disse ainda ter obtido informações de técnicos da prefeitura de que seriam necessários mais seis meses de obras para concluir o complexo. Mas o prazo também corre o risco de não ser cumprido. Tudo vai depender da situação financeira da prefeitura.

- Ninguém quer deixar a Cidade da Música sem terminar. Mas, se não tiver dinheiro, considerando que 2009 será um ano de crise, e diante das obras mais prioritárias, como conservação da cidade e limpeza de galerias de águas pluviais, ela corre o risco, sim, de parar. Mas seria uma barbaridade gastar mais de R$ 500 milhões e depois largar o esqueleto. Ela será terminada - disse Guaraná.


No fim da tarde desta quinta-feira, o prefeito Cesar Maia adiou a inauguração da Cidade da Música , prevista para a noite desta quinta, como informou em primeira mão o Blog do Gilson Monteiro . De acordo com a rádio CBN, o Corpo de Bombeiros não liberou a realização do evento com público no local, depois de fazer nova vistoria na tarde desta quinta-feira.

Segundo o coronel Roni Alberto de Azevedo, diretor do Departamento Geral de Diversões Públicas da corporação, a equipe técnica constatou que não foram sanados os problemas identificados na vistoria da véspera. Faltavam itens de segurança como tubulações, hidrantes e caixas para guardar as mangueiras de combate a incêndio, além de equipamentos para bombear a água até as mangueiras. A sinalização para orientar o público é deficiente e ainda não haviam sido instaladas portas antipânico nas duas saídas de emergência da principal sala de concertos.

Diante do resultado da inspeção, o secretário municipal das Culturas, Ricardo Macieira, se reunirá na manhã desta sexta-feira com outros integrantes da prefeitura para tentar elaborar um novo cronograma. Um dos objetivos é determinar se ainda será possível realizar oito concertos até o fim do mês, como estavam programados.

Em nota oficial, o prefeito Cesar Maia admitiu que o erro partiu da prefeitura por não ter pedido a licença dos bombeiros a tempo. A dois dias da inauguração da Cidade da Música os bombeiros não haviam sido acionados para avaliar as condições de segurança.

"O Corpo de Bombeiros agiu tecnicamente e com inteiro profissionalismo. Todas as exigências da lei estão sendo cumpridas. Cumprimento o Corpo de Bombeiros por sua ação. Se tivéssemos pedido licença uma semana atrás, já teríamos cumprido as exigências. Os erros, portanto, foram nossos. Alguns dos nossos não leram a Primeira Lei de Murphy. Irão ler daqui para a frente", diz a nota de Cesar. (A Lei de Murphy apregoa: "Se alguma coisa pode dar errado, dará, e da pior maneira, no pior momento e do modo que cause o maior dano possível").

Na manhã desta quinta, o presidente do Riocentro (órgão que administra a Cidade da Música) e vereador eleito Eider Dantas chegou a afirmar que a Cidade da Música seria liberada para a realização do evento de inauguração , marcada para a noite desta quinta-feira, às 21h

Dantas garantiu que todas as exigências do Corpo de Bombeiros do Rio, que na tarde da quarta-feira proibiu o evento , seriam cumpridas ainda durante a tarde desta quinta. ( Vídeo: a correria nas obras da Cidade da Música )

(Veja fotos da correria na obra)
Para o evento, eram esperados cerca de 1.300 convidados para assistir a uma apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), com atrações como a soprano Livia Agh, o tenor Richard Decker e a mezzo-soprano Luiza Francesconi. O prédio precisaria de um sistema de tubulações, hidrantes e caixas onde são guardadas as mangueiras que ainda não terminou de ser instalado. Segundo o Corpo de Bombeiros, nem mesmo os equipamentos para bombear água até as mangueiras terminaram de ser instalados.

Fonte: O Globo Online [19.12.08]

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