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Cidade da Música: bombeiros embargam abertura, mas prefeitura discorda.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
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A inauguração da Cidade da Música, nesta quinta-feira à noite, na Barra, pode não incendiar as 1.228 pessoas convidadas para assistir à Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), sob regência do maestro Roberto Minczuk.

Nesta quarta-feira à tarde uma inspeção do Departamento de Diversões Públicas dos Bombeiros deixou em suspenso a inauguração do inacabado (e controverso) complexo cultural. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras (SMO), a corporação não liberou a licença para a abertura da sala. A SMO, porém, assegura que os problemas de pressurização e do número de oficiais destacados para a brigada de incêndio serão atendidos, conforme o padrão, até o começo da tarde desta quinta.

Diretor executivo da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), Luiz Fernando Benedini defende não haver impedimento para a inauguração.

– Pelo que eu saiba, vai haver o concerto. E ninguém esconde o fato de ainda ser uma obra. A sala já está pronta, só faltam alguns acertos de iluminação – justifica Benedini.

Com as chuvas que caíram nos últimos dias, o espaço externo planejado pelo arquiteto francês Christian de Portzamparc apresentam cenário nada animador. Continua como há uma semana, quando uma equipe do Jornal do Brasil esteve no lugar: assemelha-se a um imenso canteiro de obras. Para limpar a área, cerca de 3 mil funcionários se revezam em turnos de 8 a 14 horas de trabalho até os últimos momentos antes da festa.

Segundo operários que trabalhavam no local nesta quarta á tarde (que não quiseram se identificar) faltam ainda pintura e acabamento para grande parte do parque exterior. Tratores e caminhões moviam terra, caixas de papelão, sacos plásticos, tapumes de madeira, ferragens, escadas, placas de gesso e de aço, carrinhos de obra e muito entulho se acumulavam nos espaço. Andaimes abrigavam operários, que, no chão, se apressavam em distribuir blocos de grama.

– Inaugurá-la sem que esteja pronta não é um empecilho à grande festa que faremos – garante o novo presidente da empresa municipal Riocentro S.A., Alexandre Fontes, responsável por administrar e gerir o complexo.

– Afinal, trata-se da celebração do maior centro de cultura da América Latina e uma enorme conquista para a cidade. Tenho certeza de que o concerto de inauguração fará com que boa parte dessa carga negativa que circunda a realização do empreendimento se dissipe. As pessoas perceberão que o espaço é um monumento feito para o bem do Rio.

A menos de 15 dias da posse da nova administração municipal, sob a gestão do prefeito eleito Eduardo Paes, o presidente da Riocentro S.A., que tomou posse nesta quarta à tarde após a exoneração do vereador eleito Eider Dantas, não teme perder o cargo. Ao contrário. Planeja um organograma de apresentações e espera ser convidado para manter-se à frente do espaço.

– Trabalho há 10 anos na Riocentro S.A. Queremos estabelecer um calendário mensal variado de apresentações musicais. Encaro com satisfação esse desafio e espero que, se convidado, possa continuar o meu trabalho e atender plenamente às expectativas da população – disse Fontes.

Secretário municipal das Culturas, Ricardo Macieira afirma que, apesar de restar cerca de 10% para a finalização do espaço, também acredita que a magnitude da obra irá minimizar o aumento de 548 % em relação ao orçamento original previsto pela Secretaria Municipal de Obras, em 2003. De R$ 80 milhões, a construção fecha 2008 com gastos de R$ 518 milhões e faz com que o prefeito eleito Eduardo Paes desconfie de surpresas.

– Apenas no início do ano é que poderei avaliar o tamanho do problema e traçar novos planos de concessão e administração do complexo – pondera. – Uma inauguração dessas deixa a impressão que de que recebo um equipamento com bastante coisa ainda a ser feita.

Fonte: JB Online [18.12.08]

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