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Morro Santa Marta foi a primeira parada das Caravanas Euclidianas
segunda-feira, 12 de abril de 2010
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Nos dias 9 e 10 de abril de 2010, o morro Santa Marta foi a primeira parada das Caravanas Euclidianas.

O evento consiste de percorrer, semanalmente, escolas e comunidades do Estado do Rio de Janeiro para falar sobre o universo do escritor Euclides da Cunha. O objetivo do projeto, realizado no âmbito da UNIRIO em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, é contribuir para a inclusão educacional difundindo a obra deste que é considerado um dos maiores autores da literatura brasileira com exposições, filmes, livros, oficinas de literatura e audiovisual.

Cada passagem das Caravanas em uma comunidade terá duração de dois dias. No primeiro dia, foi exibido o filme "A Paz é Dourada", de Noilton Nunes, sobre a vida e obra do escritor. No Morro Santa Marta, o evento foi realizado para um público de 200 pessoas, a partir das 19h, na quadra da Escola de Samba Mocidade Unida do Santa Marta, e antes da exibição houve uma apresentação do compositor Edeor de Paula, autor do samba-enredo "Os Sertões", Estandarte de Ouro em 1976, e considerado um dos mais belos de todos os tempos.

No segundo dia, em oficinas de cinema e literatura, forem focalizados temas presentes na obra de Euclides e que são atuais até hoje, como a exclusão social, a ecologia e a união dos povos da América Latina. As oficinas tomaram por base os capítulos de Os Sertões: A Terra, O Homem e A Luta. “Os alunos puderam transportar a obra de Euclides da Cunha para os dias atuais, narrando a partir de suas experiências cotidianas a terra, o homem e a luta nas comunidades onde vivem”, adianta Noilton, que é também um dos idealizadores do projeto.

Para explicar a origem da palavra “Favela”, planta originária da região de Canudos, cenário de Os Sertões, mudas dessas plantas foram plantadas a cada encontro. “Defendo a idéia de que o professor não deve se limitar à sala de aula, buscando ampliar suas ações e criar oportunidades de interação entre a Universidade e as Comunidades”, diz Regina Abreu, professora da UNIRIO, coordenadora do Projeto e autora de O Enigma de Os Sertões, livro que procura decifrar as razões que transformaram a obra de Euclides da Cunha em monumento nacional (Editora Rocco/Funarte).

O projeto estrutura-se com base em uma rede de professores de literatura, história e cinema no conjunto do Estado do Rio de Janeiro. No próximo dia 16 de abril, a UNIRIO sediará um Encontro destes Professores Dinamizadores que irradiarão os temas focalizados por Euclides da Cunha em Escolas nas diferentes regiões onde as Caravanas Euclidianas passarão. Cada professor receberá um material didático para um trabalho prévio de sensibilização nas comunidades. Nos próximos meses, as Caravanas percorrerão Queimados, Maré, Carapebus, Saquarema, Vila Isabel, Duque de Caxias, Campos, Teresópolis, São Fidélis, Vassouras, e Parati.

Noilton e Regina assinalam que a obra de Euclides é manancial de temas e questões que nos afetam no contemporâneo. “Euclides era um visionário – explicita Noilton – além de sua importância para a língua portuguesa, ele é considerado um dos primeiros ecologistas, chamando a atenção ainda no final do século XIX para as devastações que começavam a ocorrer no Estado do Rio de Janeiro com a chegada do progresso com suas fábricas e os meios de transporte modernos. Ele também escreveu sobre as queimadas que até hoje se fazem no interior do Estado e são responsáveis pela deterioração da terra, do clima e da paisagem”.

“As Caravanas Euclidianas pretendem deixar algumas sementes frutificando nos locais por onde passar. O estímulo aos professores dinamizadores é um dos eixos fundamentais do projeto, pois são eles que fazem a diferença da Educação no interior do Estado. Valorizá-los é uma ação afirmativa para a melhoria da qualidade do ensino e da vida no Rio de Janeiro”, observa Regina.

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