Museu de Belas Artes ganha coleção de arte
domingo, 6 de setembro de 2009
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Um valioso acervo particular, formado por 99 obras de artistas consagrados, acaba de ser doado à instituição Prestes a completar 73 anos de fundação, o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) recebe um presente de valor inestimável que, na verdade, passa a ser de todos os cariocas. Um acervo de 99 obras de arte — pinturas, desenhos, gravuras e esculturas — que pertencia ao espólio do empresário e poeta Augusto Frederico Schmidt, que morreu em 1965, é parte agora da coleção do MNBA. As obras, que serão entregues entre os dias 14 e 20 deste mês, tinham sido herdadas pela viúva, Yedda, mas, após sua morte em 1996, passaram a pertencer à Fundação Yedda & Augusto Frederico Schmidt, cuja diretoria decidiu agora doar ao museu. Entre os itens mais importantes estão trabalhos de Henri Matisse, Candido Portinari, Lasar Segall, Carlos Scliar e Santa Rosa. Em comemoração, a diretora do MNBA, Monica Xexéo, já anuncia uma exposição, em curtíssima temporada, para este mês, de alguns exemplares da nova coleção. Após esse prazo, as peças passarão por um processo de catalogação e, se necessário, restauração de alguns itens. A partir de janeiro, mês de aniversário da instituição, o acervo doado será inserido no corpo das exposições permanentes do MNBA: — Vamos selecionar algumas obras para apresentarmos ao público. Estamos muito felizes porque trata-se de um acervo importantíssimo pelo conjunto e pela procedência. É uma responsabilidade grande receber essa coleção, com segurança e qualidade. Além da importância histórica, as peças têm alto valor de mercado, como o trabalho de , “Retrato de Yedda”, óleo sobre tela, de Portinari, avaliado em não menos de R$ 100 mil. As gravuras de Matisse custariam, cada uma, no mínimo R$ 10 mil, como estima Soraia Cals, marchant e empresária que organiza leilões de arte no Rio: — É uma coleção de grande valor histórico e de mercado. Como o poeta Augusto Frederico conviveu com muitos intelectuais, é possível conhecer, através dessas obras, uma parte da história do Brasil. É um documento histórico. Por isso, seria importante o museu organizar exposições temporárias para mostrar o conjunto dessas obras de artistas de primeira linha. E, como marchant, digo que gostaria muito de ter essas obras nos meus leilões, pelo grande valor de mercado. A doação das 99 obras — que estão num apartamento no Rio — foi sacramentada em documento, na semana retrasada, assinado por Eliane Georgette Peyrot, presidente da Fundação Yedda & Augusto Frederico Schmidt, e a diretoria do museu. A Promotoria de Fundações do Ministério Público estadual intermediou a doação. No acervo doado, além dos trabalhos de Portinari, tem Henri Matisse (duas gravuras), Lasar Segall (cinco litografias), Carlos Scliar (três trabalhos em óleo sobre madeira), Lula Cardoso Ayres (três trabalhos em óleo), Santa Rosa (dois em guache), Noemia Mourão (uma tela em óleo), Maria Leontina (um pastel), Augusto Frederico Schmidt (quatro gravuras), entre outros artistas. Eliane Peyrot conta que decidiu doar as peças ao museu pela garantia de que a acervo estaria num lugar mais adequado. Porém, a fundação avaliou outras instituições antes de escolher o MNBA: “As instituições pesquisadas não dispunham de recursos que pudessem assegurar a guarda, segurança, manutenção e restauração”, disse Eliane, em nota, ao GLOBO. Ainda segundo ela, a viúva do poeta deixou em testamento todo o acervo à fundação: — Seu desejo era de que o legado artístico fossem preservados para aproveitamento intelectual dos jovens, divulgação da vida e obra do seu grande amor, Augusto Schmidt. Na semana passada, Anaildo Baraçal, curador do museu, esteve no imóvel onde o acervo se encontra para avaliar como será realizado o processo de transporte das obras Fonte: O Globo [06.09.09] |
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