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Casa França-Brasil, fechada até abril de 2009, terá sua fachada e interior restaurados e adaptados ao novo conceito de espaço dedicado à cultura urbana.
fonte: O Globo
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
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Nos seis meses em que estiver fechada para reformas, a Casa FrançaBrasil vai se preparar para recriar a identidade de um centro cultural que, nos últimos anos, esteve apagado, sem perfil definido. Fechado para obras, o espaço será reaberto em abril de 2009, dedicado às culturas urbanas e ao intercâmbio de linguagens. No ano que vem, os eventos estarão voltados para Ano da França no Brasil, mas já com os olhos na arte urbana de vanguarda, foco da nova diretora de programação da casa, a francesa Emmanuelle Boudier. O local vai ressaltar o lado contemporâneo de uma França multicultural e repleta de contrastes.

— Sempre gostei das trocas entre as disciplinas e os diferentes lugares do mundo. Gostaria que a Casa França-Brasil não fosse só uma vitrine, mas também um local de intercâmbio — diz Emmanuelle, que já foi diretora do Forum des Images, centro audiovisual em Paris, e vive no Brasil há quatro anos.

Fotos serão instaladas em fachadas do Centro As obras terão um orçamento de R$ 2,8 milhões do governo estadual, responsável pela casa, para restauração da fachada e do interior, reforma elétrica e reformulação do uso do espaço.

— A casa é múltipla, não queremos engessar o seu perfil.

Ela foi construída para ser a Praça do Comércio e depois foi a alfândega — diz a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes. — Queremos resgatar esse passado de um espaço de trocas, um portal. E as grandes cidades são onde o mundo inteiro se parece, por isso a idéia de culturas urbanas.

No Ano da França no Brasil, a casa mostrará não a cultura francesa clássica, e sim o que acontece hoje no país. A reinauguração do espaço será com uma exposição do fotógrafo francês JR, que esteve este ano no Rio, onde fotografou mulheres do Morro da Providência e colou imensos painéis com seus rostos em casas da comunidade.

Em 2009, essas imagens farão parte de uma mostra e também de um percurso pelas fachadas de edifícios do Centro, a começar pela própria Casa França-Brasil, até voltar ao Morro da Providência.

A segunda exposição será de Lucy Orta, inglesa que mora há décadas na França e cria “soluções” para o problema da falta de moradias. A casa terá ainda, entre setembro e novembro, o projeto “Diálogos interurbanos”, com curadores brasileiros — entre eles, a crítica e pesquisadora Heloisa Buarque de Hollanda e a coreógrafa Sonia Destri — e franceses — como Dimitry Ovtchinnikoff, adido cultural do Consulado da França, e Grégoire Basdevant, editor da revista Colors — trabalhando juntos em cada uma de suas áreas: artes plásticas, cinema, vídeo, dança, música e moda.

O ano se encerrará com a estilista Sakina M’sa, que comandará oficinas com costureiras do Rio e de Paris e vai expor o resultado na casa.

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