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Inepac cataloga 60% das obras sacras do estado
sábado, 7 de fevereiro de 2009
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Por si só uma joia, um documento do século XVIII serviu de mapa da mina para a recuperação de um verdadeiro tesouro escondido nas igrejas e capelas de 34 freguesias do estado do Rio. E já começa também a ajudar na recuperação de parte do que foi roubado dele ao longo dos anos. Com base no manuscrito original do padre José de Souza de Azevedo Pizarro e Araújo - que entre 1794 e 1795 percorreu as comarcas do centro-sul do Bispado de São Sebastião do Rio de Janeiro para prestar contas aos superiores, descrevendo em detalhes não só o que encontrava dentro dos templos, mas também os hábitos e costumes dos habitantes de cada região -, uma equipe de pesquisadores coordenada pelo diretor do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Marcus Monteiro, refez as visitas para inventariar o acervo de arte sacra fluminense.

Após um ano de trabalho, o Rio se tornou o primeiro estado do país a ter 60% de suas obras de arte sacra catalogadas. Foi possível listar mais de três mil peças e constatar que pelo menos 95 estão desaparecidas. A boa notícia é que, antes mesmo do lançamento do resultado da relação de bens (os dois volumes de "O Rio de Janeiro nas visitas pastorais de Monsenhor Pizarro - Inventário da arte sacra fluminense"), na quarta-feira passada, foi possível rastrear cinco obras, sendo que uma delas já foi devolvida.

- Começamos a bater o que levantamos nas igrejas com arquivos do Iphan, mais de 200 livros e catálogos de exposições e leilões. Assim, já localizamos peças até de outros estados. Sem um inventário, não tínhamos como recuperá-las. E estamos encontrando muito boa vontade por parte dos compradores que estavam com algumas das obras comprovadamente roubadas. A ideia é termos os colecionadores e antiquários como nossos aliados - explica Marcus. - Algumas peças foram negociadas por pessoas da própria Igreja. Em 1973, o padre da paróquia de Nossa Senhora do Pilar de Iguaçu vendeu mais de 30 delas. Foi aberto até um inquérito na Polícia Federal, mas a esta altura o crime deve ter prescrito. Ele foi para o interior do Rio Grande do Sul.

Fonte: O Globo Online [07.02.09]

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