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Autor: MEDEIROS, José SANDRAN, Zuca
Editora: IMS
Edição: 2009
ISBN: 9788586707438
Marcadores:
Rio de Janeiro
Fotografia
SINOPSE
Depois da nova edição de Candomblé, o clássico livro-ensaio de José Medeiros sobre os cultos afro-brasileiros da Bahia, o Instituto Moreira Salles publica uma reunião inédita de imagens feitas pelo fotógrafo sobre a vida carioca dos anos 1950.
Ao longo de sua carreira, e sobretudo nos 15 anos em que permaneceu como fotojornalista da revolucionária revista O Cruzeiro, José Medeiros cobriu os mais variados aspectos da sociedade do Rio de Janeiro: dos páreos no Jockey Club a números de circo, dos bailes de Carnaval aos comícios de Getúlio Vargas, das ensolaradas cenas de praia da Zona Sul às viagens suburbanas pelos trens da Central.
Cinefotorama, porém, faz muito mais do que simplesmente pinçar belas imagens de José Medeiros e reuni-las aleatoriamente. O livro constrói uma deliciosa narrativa visual, encadeando temas de forma inteligente. Por exemplo, na sequência composta pelas imagens de: um jogo de futebol no Maracanã; um comício de Getúlio no estádio de São Januário; uma família de negros numa parada militar; homens subindo num poste para ver a chegada dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira. Nesse caso, fica evidente o quanto o esporte e a política se aproximam na tendência de criar grandes espetáculos para o povo, que, em geral, permanece afastado do centro dos acontecimentos.
Mas as relações nascidas deste livro podem ser também muito engraçadas. É o que acontece quando se sucedem as imagens de: uma longa fila de freiras, um desfile de misses e uma parada militar. A óbvia proximidade formal entre as fotografias, que entretanto evocam espaços e personagens sociais tão diferentes, cria um irresistível efeito cômico.
A forma de composição da narrativa visual é exatamente a mesma daquela usada pelo poeta Zuca Sardan nos versos que abrem o volume. De um lado, ele faz uma hábil e inusitada colagem de temas, produzindo novos sentidos; de outro, seu poema transborda senso de humor. Nele, José Medeiros é “Zé do Flash”, e o humor da narrativa feita pelas imagens recebe sua contrapartida textual: “Bloco é procissão do Carnaval / tem diabo, tem caveira / Procissão é bloco da Quaresma, / o padre solta a marchinha / as freiras são pastorinhas / seus chapéus revoada de gaivotas.”
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