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Sol do Brasil: Nicolas-Antoine Taunay e as desventuras dos artistas franceses na corte de D. João (1816-1821), O


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Autor: SCHWARCZ, Lilia Moritz
Editora: Companhia das Letras
Edição: 2008
ISBN: 9788535911855

Marcadores:
História,
Rio de Janeiro.

SINOPSE
Nicolas-Antoine Taunay foi um artista acadêmico, do círculo íntimo de Napoleão e Josefina, que desembarcou no Brasil em 1816, acompanhado de outros pintores como Jean-Baptiste Debret e Grandjean de Montigny. Considerado o membro mais importante do grupo, trazia na bagagem a intenção de se transformar em pintor do rei.

Nunca existiu, porém, uma “missão francesa” nos moldes como a historiografia a caracterizou: D. João jamais contratou artistas para a sua corte, muito menos artífices do antigo inimigo francês, que forçara a vinda do monarca ao Brasil. Ao contrário, foram os artistas que se autoconvidaram, com o propósito de criar aqui uma Academia, igual à que existia no México.

Como a vinda desses pintores não era oficial, a eles só restaria a agenda da corte: as exéquias de d.Maria, a coroação de D. João e o casamento de d. Pedro, para os quais construíram cenários frágeis e misturaram os trópicos com modelos da Antiguidade grega e romana.

A vida de Taunay entre nós não foi fácil. Como homem da Ilustração, ele não encontrou lugar para os escravos em suas pinturas: se a natureza era imensa, já os escravos surgiam cada vez mais diminutos, quase borrões no meio da tela. Os trópicos pareciam difíceis de representar, e Taunay sempre reclamou da luz brilhante demais da América, dos verdes “excessivos” das florestas e do céu do Rio de Janeiro, que considerava absolutamente “exagerado”. Por outro lado, a tão sonhada Academia não saía do papel, e, quando finalmente foi fundada, o pintor acabou preterido na estrutura da instituição.

Fartamente ilustrado — são 103 imagens em preto-e-branco e mais dois cadernos coloridos com 45 telas que Taunay realizou na Europa e no Brasil —, O sol do Brasil chega no momento em que ocorrerão duas grandes exposições internacionais sobre a obra do artista: no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro (de maio a junho de 2008) e na Pinacoteca de São Paulo (de julho a setembro do mesmo ano), ambas com curadoria de Lilia Moritz Schwarcz.