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CONHEÇA MAIS A história d’O Tablado, fundado em 1951, desdobrou-se em três etapas importantes: a de seu surgimento como companhia de teatro amador; o lançamento dos “Cadernos de Teatro”; e a criação dos cursos livres. Somando essas três etapas estava a escritora Maria Clara Machado, que desde o início de sua carreira se interessou por teatro, divertindo, com suas marionetes, os filhos dos operários da fábrica de tecidos América Fabril e as crianças das favelas vizinhas ao Patronato Operário da Gávea. Este trabalho era feito por um grupo de bandeirantes, entre as quais, Maria Clara, Eddy Rezende e Marília Macedo, que angariaram a simpatia da diretoria do Patronato da Gávea, especialmente de sua presidente, Helena Bahiana. Foi na casa do escritor Aníbal Machado, na avenida Visconde de Pirajá, 487, em Ipanema, no Rio de Janeiro, que nasceu a idéia de fundar um grupo de teatro amador, o que acabou acontecendo quando sua filha Maria Clara voltou da França, onde havia feito vários cursos de teatro. Um grupo de amigos – entre bandeirantes, estudantes da PUC e outros profissionais liberais – registrou numa ata histórica, no dia 28 de outubro de 1951, a criação do Grupo de Teatro Amador O Tablado. Seus fundadores: Aníbal Machado, Maria Clara Machado, Eros Martins Gonçalves, Stelio Emanuel de Alencar Roxo, Edelvira e Déa Fernandes, Carmem Sylvia Murgel, Eddy Cintra de Resende, Oswaldo Neiva, Carlos Augusto Alves dos Santos, João Sérgio Marinho Nunes, Marília Macedo, Jorge Leão Teixeira, João Augusto de Azevedo Filho, Antonio Gomes Filho e Isabel Bicalho. Dado o bom relacionamento com o Patronato da Gávea o grupo teve a permissão de utilizar a sua modéstia sala de espetáculos para a apresentação de suas primeiras produções. Outro projeto desenvolvido em meados da década de 1950 foram os “Cadernos de Teatro”, uma publicação trimestral, que teve sua primeira edição em 1956. Nasceu com objetivo de discutir teatro em artigos, entrevistas com autores, atores e técnicos, além de publicar textos de peças que pudessem servir de bússola para artistas amadores e profissionais fora dos grandes centros como o Rio de Janeiro e São Paulo. No início dos anos 60, o prestígio do grupo entre os críticos de teatro começava a atrair gente de fora. O Tablado ainda não era uma escola, mas um grupo como qualquer outro. No entanto, já nessa época, aparecia muita gente querendo fazer teatro. Havia todo um clima propício para o surgimento de um curso de teatro, pois naquela época o Tablado já era tido como celeiro de novos atores e de espetáculos de altíssima qualidade artística, considerados pela crítica, melhores até do que espetáculos de companhias profissionais. O surgimento do curso foi importantíssimo na formação de muitos profissionais renomados. Nesse espaço de tempo, o Tablado conseguiu alcançar um alto nível de reconhecimento, não somente na cidade do Rio de Janeiro, onde atua, mas em todo o Brasil e no exterior. Para se ter uma idéia dos espetáculos montados no Tablado nesses 58 anos, vale lembrar que o primeiro deles, encenado em 1951, teve sua tradução feita por Cecília Meireles. O nível dos tradutores das peças encenadas pelo Tablado pode ser medido por nomes como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Aníbal Machado, entre outros. É importante ressaltar que a continuidade do trabalho desenvolvido pelo Tablado nesses 58 anos de existência – fato inédito no campo das artes cênicas no Brasil – deve-se à figura de Maria Clara Machado, sua liderança, criatividade e persistência na manutenção do grupo como teatro amador. Esse trabalho foi oficialmente reconhecido no decreto de tombamento, de 28 de maio de 2003, onde é dito que “O teatro O Tablado constitui uma referência exemplar não só no ensino das artes cênicas, mas fundamentalmente pelo papel de formador de platéias e ponto de referência no panorama teatral da cidade”. |
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