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Abertura: 2002 |
Encerramento: Exposição de longa duração - sem data de término |
Nesse espaço que leva o visitante do Pátio da Minerva ao Pátio dos Canhões , encontram-se importantes peças do acervo de arte sacra do Museu, entre as quais 33 esculturas religiosas em marfim que integram uma coleção de 572 itens de origem indo-portuguesa, uma das mais importantes do gênero existentes no mundo, e duas obras importantes de Mestre Valentim (1750-1813), esculpidas em madeira : "São João Evangelista" e "São Mateus".
Estas duas imagens guarneciam os nichos superiores da fachada da Igreja de Santa Cruz dos Militares, no centro da cidade do Rio de Janeiro, de onde foram retiradas , no início do século XX, já com grandes avarias.
Em janeiro de 2001, através da doação feita pelo Bank Boston, o Museu Histórico Nacional incorporou à sua coleção de arte sacra dez valiosas pinturas cusquenhas dos séculos XVII, XVIII e XIX, testemunhos da cultura peruana, que podem ser apreciadas pelo público no Hall dos Arcazes.
Estas pinturas, ao lado do acervo já existente no Museu -contribuem ignificativamente para uma melhor compreensão da arte sacra na América Latina. Oriundas do mesmo período das peças apresentadas na Galeria Bank Boston - Hall dos Arcazes, as pinturas cusquenhas somam-se à arte religiosa brasileira, oferecendo um olhar que encontra na diferença artística a semelhança da religiosidade colonizadora.
A ARTE CUZQUENHA
Com a conquista de Cuzco pelos espanhóis, em 1534, inicia-se uma profunda transformação na história política do Império Inca, como também um novo capítulo em sua história da arte.
A pintura cusquenha surge como arte eclesiástica e sua finalidade principal foi didática - sobretudo catequética, uma vez que os espanhóis, com o crescente processo de apropriação das riquezas da nova colônia, partem para a conversão das almas pagãs à religião católica.
A imagem era - aliada à palavra - o único meio bastante eficaz de transmitir o catolicismo. Apostando na evangelização dos povos da comunidade incaica, a Espanha envia um grupo de religiosos artistas para a criação de obras doutrinárias, formando escolas de pintores índios ou mestiços, com o ensino da arte do desenho e do óleo.
O termo "cusquenho", no entanto, não se limita a Cuzco, origem destas pinturas coloniais hispano-americanas, que foram produzidas igualmente em outros países andinos, como Bolívia e Equador, entre os séculos XVI a XVIII. A denominação se generalizou mais por ser a cidade de Cuzco, no Peru, a capital e o centro do Império Inca. De qualquer forma, a Escola de Cuzco é considerada como o primeiro centro pictórico organizado no chamado Novo Mundo.
Os temas cusquenhos - exclusivamente religiosos - são os mesmos do italiano Fra Angelico - na primeira metade do século XV e dos mestres de Pisa e Siena na Idade Média: cenas bíblicas da tradição católica - a glorificação de Jesus, Virgem Maria e Santos, Juízo Final, com as glórias do Paraíso e a danação do Inferno.
Os cusquenhos ignoram a perspectiva e preferem o vermelho, o amarelo e as cores terrosas. Dão ênfase à beleza física das figuras agigantando os santos para reduzir os seus devotos a pontos minúsculos nas telas. Criam a impressão de volume estatuário dos mantos suntuosos e dão contorno de monumento a cortinas e colunas.
Mesmo sofrendo influência das escolas bizantina, flamenga e renascentista italiana, os cusquenhos peruanos mostram uma liberdade desconhecida dos europeus: cores vivas, imagens distorcidas para dar maior dramaticidade à cena, sobre fundo ilustrado com fauna e flora dos Andes adornado com anjos e arcanjos.
Ignora-se a autoria da maioria destes trabalhos, dada a tradição dos povos pré-colombianos, cuja arte era essencialmente comunitária e ritual. |
Local:
Museu Histórico Nacional (MHN)
Praça Marechal Âncora, s/n
Centro
(21) 2550-9221
Funcionamento:
Quarta a sexta - das 10h às 17h Sábado e domingo - das 13h às 17h.
Ingresso:
O MHN está temporariamente com entrada gratuita. Não é preciso a retirada antecipada de ingresso.
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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