Reinstalação 1992-2008 - João Carlos Goldberg
rioecultura : EXPO Reinstalação 1992-2008 - João Carlos Goldberg : Galeria Anna Maria Niemeyer<br> [Baixo Gávea]
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Abertura: 15 de outubro de 2008
Encerramento: 30 de novembro de 2008
Em 1992, João Carlos Goldberg criou a primeira versão desta instalação e foi apresentada no MAM-RJ em comemoração aos vinte e cinco anos de carreira do artista. Na ocasião o critico de arte Reynaldo Roels Jr. escreveu:

“Já pelo título - Das Arqueologias -, esta é uma obra que atua no campo ambivalente do simbólico: instalação e monumento (comemorativo), arqueologia e escultura, ela foi concebida como uma situação para o olhar (mas também o tato) do espectador. É, portanto, auto-referida. Mas ela é também uma demarcação mais sutil do trajeto de um escultor que a concebeu como modo específico de nela inscrever publicamente um “jubileu”, o de seus 25 anos de trabalho. É igualmente referência a algo fora de si, portanto. Não sem nela inscrever, simultaneamente, um outro percurso que não o cronológico, mas o profissional, que vai do escultor ao arqueólogo e que adiciona à obra ainda uma segunda ambivalência. Enquanto uma - a escultura - define um espaço e o raciocínio sobre este espaço (como é possível pensá-lo?), a outra - a arqueologia - faz a demarcação de um campo tanto cronológico quanto profissional, o seu mapeamento e a sua fragmentação para efeito de exploração e análise.

Fazer coincidir o espaço da obra, ou a análise deste espaço, com o “espaço de analise possível” sobre uma trajetória é, assim, como se Goldberg, o artista (o arqueólogo), apontasse ao mesmo tempo para duas direções diferentes com um único instrumento que, diga-se de passagem, por sua forma (o prumo) e por seu uso, parece apontar unicamente para uma só direção: a do solo firme. O que faz com que aquelas duas direções existam apenas enquanto símbolo e que o "lugar" real do trabalho se mantenha íntegro: um espaço que se define por ser um quadrado, subdividido (analisado) pela colocação dos prumos em outros quadrados, como um verdadeiro campo arqueológico que o espectador deve atravessar.

A escolha do prumo como elemento constituinte da obra é essencial para a situação assim estabelecida, uma vez que ela, enquanto rito de comemoração remete a aferições, e o padrão de aferição é próprio da natureza do instrumento, cujo único sentido é o confronto da obra executada com a exatidão / retidão pretendida. Como todo instrumento de precisão (dos mais antigos e simples), contudo, ele está sujeito a um equilíbrio precário e que ao menor descuido perde sua estabilidade. A susceptibilidade do sujeito é assim afirmada de inicio, e ela se vê confrontada com seus próprios propósitos iniciais.

E, aí, a ambigüidade se torna mais uma vez presente: impossível não ver nas peças tanto os prumos, que são - tendentes a ter sua imobilidade perturbada e afastada do ponto que se quer fixo -, quanto os pêndulos, que parecem ser - e cujo movimento, essencialmente destinado a marcar a passagem do tempo, tende a ser neutralizado pelo atrito com o próprio tempo que pretende marcar. E este jogo de ambigüidades entre um e outro sentido é disparado pela própria presença do espectador, de qualquer espectador (mesmo que o próprio artista), na área assim ocupada.

Campo de raciocínio espacial, Das Arqueologias seria, deste modo, também um campo ritualístico onde a mão dupla predomina, em que o artista serve de ponto de partida para associações que lhes são exteriores, e onde a obra estabelece associações que só fazem sentido quando as remissões convergem para a figura do artista. Um diálogo complexo no qual os discursos só podem ter lugar enquanto forem múltiplos e simultâneos, a eliminação ou a não compreensão de um tendo como conseqüência a eliminação ou a não compreensão de todos os demais. Uma situação cuja condição de possibilidade reside não na evidência de si mesma, mas na relação entre esta evidência e os sentidos que a ela pudermos atribuir. “ Reynaldo Roels Jr., setembro 1992.

Outras duas versões da mesma instalação foram também apresentadas em 1993, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, PR e em 1994, no Centro Integrado de Cultura, Grande Galeria, Fundação Catarinense de Cultura, Florianópolis, SC.

Em 2007, João Carlos Goldberg completou quarenta anos de carreira, vinte deles representado com exclusividade por Anna Maria Niemeyer. Comemorando esta parceria de sucesso, Anna Maria convidou-o a montar uma nova versão deste trabalho agora denominado “REINSTALAÇÃO 1992-2008” que será inaugurada em homenagem ao arqueólogo, artista plástico e professor; no Dia do Mestre, 15 de outubro de 2008, quarta-feira, das 19:00h as 22:00h, em sua galeria no Baixo-Gávea, Praça Santos Dumont, 140 loja A. Sobre esta nova versão o artista escreve:

“Outro tempo, outro espaço.” João Carlos Goldberg, setembro 2008.
Local:
Galeria Anna Maria Niemeyer
[Baixo Gávea]

Praça Santos Dumont, 140 loja A
Gávea
(21) 2540-8155

Funcionamento:
De 3ª a 6ª feira, das 12h às 21h
Sábado e domingo, das 14h às 18h

Ingresso:
Entrada franca

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.