|
Abertura: 25 de agosto de 2015 |
Encerramento: 25 de setembro de 2015 |
A individual do artista Gê Orthof é constituída por um conjunto de desenhos e objetos em torno do solitário personagem de fronteira. Cowladyboy, que enfrenta o horizonte mítico dos relatos do Oeste (velho e atual). “Uma vida entre a aspereza da sobrevivência incerta e a potência sonhadora da contemplação do vasto, do vazio, da fronteira transbordada. Nessa condição limítrofe, não há espaço para concessões”, explica o artista.
No objeto principal – uma grande e complexa estrutura de acrílico e madeira, onde aparece, no alto da torre, um livro –, cujas medidas são 190 x 90 x 90 cm, o público pode perceber esta relação da quebra de estereótipos entre o feminino e o masculino, com a personagem central (cowboy) tricotando um novelo de lã, atividade considerada essencialmente feminina. Mas o que representa o livro? O que tem a ver com a obra e com a exposição de uma maneira geral? Trata-se de um manual de tricô para ser feito ao ar livre e, na capa, um típico cowboy dos filmes de John Wayne, montado em um cavalo malhado. O cenário em tons de cinza colabora e o homem tecendo com as duas agulhas faz com que o público retorne ao presente e ao tema da exposição. Os materiais utilizados nesta escultura são madeira, acrílico, livro, miniaturas, feltro, fotografia em acrílico, tricô em lã, entre outros. Há, ainda, desenhos-objetos em aquarelas com colagens de objetos e materiais tridimensionais com textos e miniaturas, além de cílios postiços. Fazem parte da mostra também cinco caixas de acrílico com mini instalações – presentes em seus trabalhos desde ‘So(h)adores’, 2010 – e que, emparelhadas, lembram os vagões de um trem que contribuem para compor a cena campestre, lugar do cowladyboy. Em cada uma delas – formas geométricas feitas com chapas coloridas e transparentes – formam um pequeno ambiente, onde existe um fundo musical feito por caixinhas de música.
Convivem os novelos e as novilhas constituintes de um só sujeito. Sempre “s[eu]” – como em um de seus desenhos|poemas. “Há, na narrativa fragmentária, construída por indícios que o observador terá de utilizar para construir seu tecido, uma clara posição política da qual, convém dizer, o artista nunca se esquiva, em seus trabalhos, que questiona, com humor e ironia, os papéis impostos e reificados, de identidades congeladas que, acima de tudo, negam a história”, diz Marília Panitz. A curadora completa: “do topo à base da edificação do objeto principal, passamos por várias imagens-notas. O grande falo recoberto pelo tecido cinza desfazendo-se nos fios de lã que são armazenados em um receptáculo transparente, no outro lado do objeto; lá onde se vê a imagem dos dois homens em um barquinho no Rio Danúbio, este ‘herdado’ de outra instalação de Gê: Mar-armar - o fluxo do rio, da Europa ao Rio Negro, plena diáspora. Apresentam-se também as pequenas construções, paisagens mínimas. E os campos de cor feitos de acrílico e feltro (matérias recorrentes em sua obra) que subvertem a paleta estrita de cinzas e cor de madeira. Só pontuações”. |
Local:
Amarelonegro Arte Contemporânea
Rua Visconde de Pirajá, nº 111, Loja 2
Ipanema
(21) 2247-3086
Funcionamento:
De 2ª a 6ª feira, das 11h às 19h Sábado, das 11h às 16h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
|
|