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Abertura: 12 de agosto de 2015 |
Encerramento: 20 de setembro de 2015 |
A mostra é resultado de ampla e inédita pesquisa desenvolvida pelo jornalista Franklin Martins sobre a produção musical brasileira com temas inspirados em episódios políticos ou em personagens a eles ligados. Foram selecionados 80 temas e cerca de 110 canções das mais de mil identificadas por Martins. Saborosas músicas e suas histórias traçadas a partir de atos a favor e contra a República. Curadoria de Vladimir Sachetta e cenografia de Marcello Dantas.
O estudo realizado pelo autor desdobrou-se em três projetos: a mostra, A Música Canta a República, que reúne fotos, painéis, cartazes, vídeos, áudios e textos; a publicação Quem foi que inventou o Brasil - a música popular conta a história da República, que será lançado em três volumes, no Rio, pela Editora Nova Fronteira e um site, no qual o interessado poderá acessar as canções. Em todos os formatos, o autor, ao registrar as músicas, evoca o cenário de cada época.
Cançonetas, maxixes, marchinhas, sambas, caipira, MPB, Rock e Rap registram fatos dos mais variados, os quais, na exposição, inserem-se nos temas República Velha e Revolução de 30; Vargas no Poder; Democracia de Massas; Anos Dourados?; Ditadura e Resistência; Vai acabar a ditadura militar; Que país é esse; e Eu só quero ser feliz.
Manifestação das Ligas Camponesas em Recife, 1960 [Acervo Iconographia]
ALGUNS EXEMPLOS
A primeira a ser descoberta (1890) no Rio de Janeiro e, a primeira a ser gravada, em 1902, foi a canção "As laranjas da Sabina" de autoria de Artur Azevedo e Francisco Carvalho (Gravada pela Casa Edison (1904). Pepa Carvalho cantava assim: Sem banana, macaco se arranja/ E bem passa o monarca sem canja/ Mas estudante de medicina/ Nunca pode passar sem as laranjas da Sabina.
A canção lembra uma brincadeira de estudantes que virou manifestação republicana, em 1889, no Rio de Janeiro, meses antes do fim da Monarquia. Um subdelegado de polícia proibiu a mulata Sabina de vender frutas em frente à Escola de Medicina. Inconformados, os jovens fizeram uma bem-humorada passeata pelo centro da cidade, que terminou com vivas à República, sob os aplausos dos populares. A polícia teve de recuar da proibição e Sabina voltou a vender frutas.
Já em meio à ditadura do Estado Novo, enquanto o Brasil focava seus protestos contra a Alemanha Nazista, o episódio dos cinco navios brasileiros afundados em 1942 pelo submarino alemão U-507 inspira um sentimento patriótico de vingança, como expressa "Torpedeamento". Alvarenga e Ranchinho repercutem nesta moda de viola o sentimento que tomou conta do país: “Quero vingá com o ‘alamão’ esse grande desaforo” (Gravadora Odeon).
A exposição A Música Canta a República foi apresentada pela primeira vez, mês passado, no Instituto Tomie Ohtake de São Paulo. Chega ao Rio de Janeiro no dia 12 de agosto e, em novembro, segue para Brasília, em ambas as cidades no Centro Cultural Correios.
FRANKLIN MARTINS, jornalista, foi durante muitos anos um dos principais comentaristas políticos da imprensa brasileira. Trabalhou em alguns dos mais importantes órgãos de comunicação do país, como o Jornal do Brasil, O Globo, o Estado de São Paulo, o Jornal de Brasília, a revista Época, as rádios CBN e Bandeirantes, o SBT, a TV Globo e a TV Bandeirantes. Foi correspondente do Jornal do Brasil em Londres. De 2007 a 2010, durante o segundo mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva, ocupou o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Em 2013, venceu o prêmio de TV da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) com a série de 15 documentários “Presidente africanos”. Durante a ditadura militar, foi um dos principais dirigentes do movimento estudantil brasileiro em 1968. Participou ativamente da luta pela redemocratização do país, vivendo cinco anos e meio na clandestinidade e cinco anos e meio no exílio. Durante esse período, editou vários jornais e revistas da resistência dentro e fora do país. É diplomado pela Escola Superior de Altos Estudos em Ciências Sociais da Universidade de Paris (1977).
VLADIMIR SACCHETTA, jornalista, produtor cultural e consultor editorial, trabalha no campo da memória e cidadania desde o final dos anos 1970, quando chefiou a pesquisa da coleção Nosso Século, que resgatou a história contemporânea do Brasil através de documentos visuais e textos jornalísticos. Escreveu, em co-autoria, PCB 1922-1982: Memória Fotográfica, Monteiro Lobato: Furacão na Botocúndia (Prêmios Jabuti e Livro do Ano de 1998), e A imagem e o gesto: fotobiografia de Carlos Marighella, entre outros títulos. Foi curador de diversas exposições, entre as quais Marighella, Não tens epitáfio pois és bandeira: Rubens Paiva, desaparecido desde 1971 e Lugares da memória: resistência e repressão em São Paulo. Coordenou para a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República a edição dos livros Brasil Direitos Humanos: 2008, a realidade do país aos 60 anos da Declaração Universal, Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana: uma história de resistência e luta pelos direitos humanos no Brasil e Habeas Corpus: a busca dos desaparecidos políticos no Brasil. Responsável pela pesquisa do projeto Resistir é preciso, do Instituto Vladimir Herzog, que resgatou a memória das mídias alternativas no combate à ditadura militar, é um dos autores de As capas desta história e organizador/editor de Os cartazes desta história. Coordena atualmente o módulo Ditadura e resistência (1964-1985) do Memorial da Democracia, portal a ser lançado em breve pelo Instituto Lula. |
Local:
Centro Cultural Correios
Rua Visconde de Itaboraí, 20
Centro
(21) 2253-1580
Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 12h às 19h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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