|
Abertura: 16 de agosto de 2013 |
Encerramento: 20 de outubro de 2013 |
Uma caixa com materiais reflexivos forma um fluxo de imagens, onde a escultura se apresenta como evento. No salão principal das Cavalariças, uma grande estrutura de madeira com placas de vidro convidam o espectador a entrar.
No interior, um chão de espelho forma um fluxo de imagens. O visitante participa da obra como reflexo, em constante alteração, por meio das variações de posição e movimento, não escapando da própria imagem. Essa interação faz com que o espectador hesite entre a observação das imagens refletidas e a percepção de si mesmo. Um efeito de nebulosidade nas imagens no chão e na obra é proporcionado pelo talco, jogado nas paredes. Prolongamentos de madeira formam um visual labiríntico e induzem o espectador a percorrer esse caminho caótico, que se confunde e se integra com a arquitetura do prédio.
O espelho, como superfície refletora, não é ele próprio uma imagem, mas um receptáculo de imagens. Colocar diante dele o vidro é como querer refletir o transparente – um paradoxo. Um terceiro elemento nega ainda mais uma vez a imagem: o talco. O vazio entre as duas superfícies é preenchido por uma névoa imagética.
“O observador, sem o qual nenhuma obra se completa, não escapa da própria imagem nestes trabalhos de Ricardo Becker. Ele participa como reflexo e como aquele que, voluntária ou involuntariamente, enquadra as imagens através de sua posição e do seu movimento. Ele participa com o olhar e, de modo literal, com sua imagem virtual. Mas é subtraído o que a imagem especular tem de duplicata perfeita – e às vezes inclemente. Pelo movimento do corpo, estes trabalhos se expandem no espaço real. Eles são simultaneamente óticos e simbólicos; planares e espaciais – embora extrapolem o quadro sem sinal físico. Eles trafegam entre o diáfano e o extensível.” diz o crítico Fernando Gerheim.
"O espelho é uma prótese que produz uma experiência limiar entre a significação e a percepção. Ele está presente na mitologia grega – Narciso desfaz a própria imagem refletida na superfície do lago ao tocá-la –, na literatura de Borges – "Os espelhos e as cópulas são terríveis porque multiplicam os seres" (...), e na filosofia de Nietzsche – "Se queremos ver as coisas no espelho, só vemos o espelho, se queremos ver o espelho, só vemos as coisas nele". A relação entre o duplo e o um de que esta superfície refletora fala num nível metafórico, pode ser vista ainda na contraditória frase de Rimbaud – "Eu é um outro", explica Ricardo Becker.
|
Local:
Parque Lage
Rua Jardim Botânico, 414
Jardim Botânico
(21) 3257-1800
Funcionamento:
de 3ª a 5ª feira, das 12h às 20h
6ª feira, sábado, domingo e feriado, das 10h às 17h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
|
|