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Abertura: 9 de agosto de 2013 |
Encerramento: 10 de novembro de 2013 |
Com curadoria do poeta e consultor de literatura Eucanaã Ferraz, a mostra reúne 60 publicações da década de 70, época em que a poesia marginal teve grande expressão. Entre os autores com trabalhos expostos, Ana Cristina Cesar, Chico Alvim, Roberto Schwarz, Chacal, Bernardo Vilhena, Zuca Sardan e outros.
São expostas cerca de 60 publicações, sobretudo livros da década de 1970, época em que a poesia marginal teve sua grande expressão. São publicações de autores como Ana Cristina Cesar, Cacaso, Chico Alvim, Geraldo Carneiro, Roberto Schwarz, Chacal, Bernardo Vilhena, Guilherme Mandaro, Eudoro Augusto, Zuca Sardan, Luis Olavo Fontes, entre outros, que organizaram grupos e selos literários como Frenesi, Nuvem cigan, Vida de artista, e Capricho. Há também livretos mimeografados, como os de Nicolas Behr, fotografias e revistas literárias relacionadas a esta época, como a Navilouca e as duas edições do Almanaque Biotônico Vitalidade.
A poesia marginal fez dos livros instrumento privilegiado. Sem muito dinheiro, os autores inventaram meios de editar suas publicações, sem depender das editoras, que eram pouco receptivas a um gênero nada comercial. Tudo começou com o mimeógrafo, na época, o principal equipamento de reprodução de textos nas escolas, que serviu ao movimento estudantil para espalhar mensagens políticas. Os poetas utilizavam estêncil; xerox; ofsete; grampos em vez de costura; envelopes e sacos em vez de encadernação; papéis de baixo preço e considerados toscos, como o Kraft; impressão em, no máximo, duas cores; carimbos. “O livro mais barato era mais acessível e, portanto, poderia alcançar mais leitores; opunha-se de cara ao livro caro, ao objeto requintado da alta cultura, às soluções caras do esnobe mercado editorial. O livro barato era um objeto político: antiburguês”, explica o curador Eucanaã Ferraz. “Esses livros construíram uma estética singular, surpreendentemente inovadora e sofisticada. Como linguagem – basta vê-los hoje –, são, sem dúvida, ricos, porque carreiam diversos significados, espelhando graficamente seus conteúdos – o verso veloz, insolente, próximo da fala cotidiana, com o humour e a ironia vizinhos à confissão áspera ou a certa sensibilidade romanesca. Tradição literária, vanguardas, mundo pop, tudo tinha lugar”, completa. Estética e atitude existencial se fundiam contra a ditadura e a caretice.
Chacal e Charles, Rio de Janeiro, c. 1970 / Acervo Pessoal Charles Peixoto | Foto de Roberto Cattan
A exposição será antecedida por uma mostra de cinema do IMS-RJ entre os dias 2 e 8 de agosto. Serão exibidos sete filmes: Assaltaram a gramática, de Ana Maria Magalhães (Brasil, 1984. 13´), um perfil dos poetas Francisco Alvim, Paulo Leminski, Waly Salomão, Chacal e Ana Cristina César; Gregório de Mattos, de Ana Carolina Teixeira Soares (Brasil, 2003. 70´); Batuque dos astros, de Julio Bressane (Brasil, 2013. 74´), sobre Fernando Pessoa; Caramujo flor, de Joel Pizzini (Brasil, 1989. 20´), sobre Manoel de Barros; O canto e a fúria, de Zelito Viana (Brasil, 1994. 55´), sobre Ferreira Gullar; Pan-cinema permanente, de Carlos Nader (Brasil, 2008. 83´), sobre Waly Salomão; e Ex-isto, de Cao Guimarães (Brasil, 2010. 86´), sobre Paulo Leminski. São produções sobre poesia, feitas com a preocupação de arejar a linguagem do cinema sob influência direta dos poetas escolhidos como personagens. |
Local:
Instituto Moreira Salles (IMS)
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea
(21) 3284-7400
Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 13h às 20h
Ingresso:
Entrada e estacionamento gratuitos
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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