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Abertura: 1 de fevereiro de 2011 |
Encerramento: 3 de abril de 2011 |
Grande mostra traz a rica e pouco conhecida produção que o gênio pop americano fez para a televisão
A exposição reúne a importante e pouco conhecida obra do artista feita para a televisão. Todos os filmes e vídeos vêm do acervo do Museu Andy Warhol, em Pittsburgh, EUA.
Pela primeira vez se dedica uma exposição exclusivamente a esta produção do gênio pop americano, e sua curadoria e idealização são da francesa Judith Benhamou-Huet, autora de diversas publicações sobre arte.
A mostra foi realizada em 2009 e em 2010, com enorme sucesso, em Paris e Lisboa. A Zadig!, que trouxe ao Brasil a exposição de Yves Saint-Laurent, é responsável pelo projeto.
Andy Warhol (1928-1987) experimentou vários meios de expressão artística, explorando áreas tão diversas como o cinema, fotografia, pintura, música e vídeo. Entretanto, sua relação com a televisão, apesar de pouco conhecida e explorada, foi marcante. De meados dos anos 1960 e nas duas décadas seguintes, Warhol fez uma série de filmes e vídeos para a televisão, e participou de programas famosos na época como o Saturday Night Live e Love Boat.
Para viabilizar seus programas, em formatos extremamente avançados para a época, criou sua própria produtora, tendo na vice-presidência o americano Vincent Fremont, que trabalhou com ele de 1969 até sua morte, em 1987, e foi um dos fundadores da Fundação Andy Warhol para as Artes Visuais. Fremont virá ao Rio para a abertura da mostra, com o apoio do Consulado Americano e da American Airlines.
A série de programas “Fashion” (dez episódios sobre moda, criadores e manequins) e “Andy Warhol’s TV” foram vistas em canais a cabo. Neles, Andy Warhol entrevistou Steven Spielberg, John Waters, Duran Duran, Cindy Sherman, Larry Rivers, Bill Coppely, Keith Haring, Pee Wee Herman, Paloma Picasso, Issey Miyake, Debbie Harry, Divine, Sting e Georgia O´Keeffe. A então jovem MTV abrigou de 1986 até a morte do artista, em 1987, outro importante programa: “Andy Warhol’s Fifteen Minutes”, com um total de cinco episódios com 30 minutos cada. Em todos esses programas, eram constantes a presença de celebridades como Grace Jones, Courtney Love, Halston, Marc Jacobs, Blondie, David Hockney, Keith Haring, Kenny Scharf e Basquiat, também estão retratadas na exposição. Andy Warhol produziu ainda videoclipes para diversas bandas, como The Cars.
PESQUISA
Judith Benhamou-Huet passou cerca de um ano mergulhada no acervo do Museu Andy Warhol, pesquisando filmes e vídeos feitos para a televisão. Nesse processo, selecionou os trechos que melhor revelariam o artista americano. “Quis mostrar um retrato de Andy Warhol a partir dessa produção”, explica Judith. Ela ressalta que a mostra é uma “viagem dentro das obsessões do artista”. “Suas fascinações, seus amores, suas surpresas e seus temores, até a maior de suas assombrações: a morte”, diz. Judith acrescenta que em 1987 a transmissão de sua missa fúnebre acabou por ser uma trágica realização de seu desejo de aparecer “no ar”.
“A exposição apresenta um olhar sobre o conjunto das produções televisivas de Andy Warhol, como produtor mas também como ator. Ele tinha uma considerável fascinação por esta mídia. Assim, nós reencontramos ao longo dessas produções feitas para a tevê, produzidos por ele para canais a cabo, nos programas ‘Warhol’s TV’, ‘Warhol’s Fifteen minutes’, ‘Fashion’, os temas recorrentes de seu universo, como a Beleza e o sexo, o Caçador de talentos, os Artistas, a transformação dos seres (Senhoras e Senhores), as celebridades (Feira das Vaidades). Esta fascinação pela celebridade se insere no seu desejo de reconhecimento. Ele procura ser visto, ao usar a televisão. Nós o vemos, na exposição, a partir de sua participação em programas de sucesso na época, como ‘Love Boat’, ‘Saturday Night Live’, sua aparição nos filmes de publicidade produzidos por ele para a Coca-Cola, TDK e Braniff, ou ainda no clipe, também feito por ele, da música ‘Hello Again’, do grupo The Cars”, conta Judith Benhamou.
Judith Benhamou incluiu na exposição um fragmento do “screen test” (teste de cena) feito por Warhol com Marcel Duchamp, em 1966, como uma forma de introduzir o público no universo do que será mostrado. Nesses “testes”, Warhol antecipou a era dos “realities shows”, pois deixava ligada uma câmera, na frente de um amigo ou convidado em seu ateliê, a famosa “Factory” (fábrica). “Wahrol fez o screen test quando Duchamp fazia uma retrospectiva em Pasadena, e naquela ocasião Duchamp disse que Warhol era “um ‘filmador’”, conta Judith. “Não haveria Warhol sem Duchamp”, diz.
Autora de várias publicações, como o recente livro “The Worth of Art: Pricing the Priceless” (Assouline), Judith Benhamou-Huet explica que está interessada em Warhol “há muito tempo”. Ela ressalta que a obra videográfica do artista “é a única área que não tem sido adequadamente revisitada”, e que isso motivou-a a pesquisá-la. “É este o fio condutor que percorre a exposição, o fato de este lado do artista não ser muito conhecido”, afirma.
PERCURSO DA EXPOSIÇÃO
No três monitores dispostos no térreo do Oi Futuro, será projetado na íntegra o episódio 2 do programa “Andy Warhol’s Fifteen Minutes” (com Grace Jones, Kenny Scharf, Marc Jacobs e William Burroughs, entre outros). Em duas grandes paredes laterais do prédio serão exibidas imagens em câmera lenta de Andy Warhol correndo.
No nível 2, serão projetados o screen test com Marcel Duchamp, episódios do segmento “TV Antes da TV” (Soap Opera, de 1964; “Vivian’s Girls”, 1973; “Phoney”, 1973; “Fight”, 1975), fragmentos com a participação de Andy Warhol no programa “Saturday Night Live”, de 1981, o módulo “Beleza e sexo”, com uma seleção de episódios das séries “Fashion: Male Models, Debbie Harry and friends”, extratos de quatro episódios do programa “Andy Warhol’s TV”, e do episódio 4 de “Andy Warhol’s Fifteen Minutes”. Neste andar estarão ainda o tema “Caçador de Talentos”, com um recorte das séries “Fashion: The empress and the Commissioner”, episódios 5, 16 e 18 de “Andy Warhol’s TV”, e o piloto e episódios 1 e 4 de “Andy Warhol’s Fifteen Minutes”. Também serão exibidos nessas salas os três comerciais feitos pelo artista: para a Coca-Cola, TDK e Braniff.
No quarto nível estarão os segmentos “Damas e Cavalheiros” e “Artistas”. Haverá projeções na parede e no teto, e a grande parede que percorre esse espaço será pintada no tom prata, em alusão à Factory, em que havia essa cor. Por intermédio do Istituto Europeo di Design, a empresa AlberFlex está produzindo poltronas especialmente para ambientar essas salas, inspiradas no padrão de cores usado pelas emissoras de televisão.
O nível 5 será dividido em duas salas. Uma vai mostrar o episódio de 49 minutos de “Love Boat”, gravado em 1985, com a participação de Warhol, em que o público poderá assistir deitado sobre uma cama king size, com almofadas. A idéia é reproduzir o quarto de Warhol, que assistia tevê em sua cama. Na sala ao lado, haverá bancos dispostos como em um templo de oração, em ambiente escuro, para “O último show”, a projeção da missa fúnebre de Warhol, realizada na Igreja de St Patrick, em Nova York.
No último nível, o da cafeteria, será exibido na parede o clipe da música “Hello Again”, do grupo The Cars, de 1984, dirigido por Andy Warhol. No teto deste andar, estarão os infláveis prateados da obra “Silver Clouds”, feita em 1966. A exposição conterá textos de parede indicativos dos trabalhos mostrados, com frases ou depoimentos relacionados a eles.
BATE-PAPO COM JUDITH BENHAMOU-HUET E VINCENT FREMONT
Será realizado um bate-papo na exposição “Warhol TV”, com a curadora francesa Judith Benhamou-Huet e o produtor americano Vincent Fremont. O evento será aberto ao público e terá entrada franca. Haverá distribuição de senhas meia hora antes.
Dia 2 de fevereiro, às 11h30
Entrada Franca
Haverá distribuição de senhas meia hora antes
Capacidade: 75 lugares |
Local:
Futuros - Arte e Tecnologia [Oi Futuro Flamengo]
Rua Dois de Dezembro, 63
Flamengo
(21) 3131-3060
Funcionamento:
De 3ª a domingo, das 11h às 20h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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