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Abertura: 7 de dezembro de 2010 |
Encerramento: 2 de janeiro de 2011 |
O Ministério da Saúde Adverte: fotografar no Monte Roraima pode causar fraturas, doenças, noites em claro, liberdade e surpreendentes fotos para a exposição fotográfica ?Roraima, a Montanha Sagrada?, de Fred Schiffer, que desvendou novos mistérios dessa região do país, entre Venezuela e Guiana, em fevereiro de 2010. Poucos homens se arriscariam a fazer o que esse Indiana Jones da fotografia conseguiu em apenas 10 dias, mesmo tendo sofrido uma fratura no pé, no último estágio de ascensão ao topo de 2.739m, sob temperaturas que variavam de zero a 38º graus no mesmo dia.
A dois passos do paraíso - Ao conversar com Fred, após a viagem, ouvi sua história a respeito do trajeto Rio de Janeiro/Boa Vista. Descobri que seu percurso ainda o obrigaria a utilizar jipe, por 2,5h de estrada esburacada, pela BR 174, até Santa Elena Deuarem. E não parou por aí. Faltavam mais 68 km até a comunidade indígena de Paraitepuy, localizada no Parque Nacional Gran Sabana. Agora, só faltava subir, subir, subir, subir...e subir. Já no alto do Monte Roraima, Fred só lembrava de um sucesso da Blitz: ?A Dois Passos do Paraíso?, de Evandro Mesquita e Ricardo Barreto. A mais de 2 mil metros de altura, a letra tinha tudo a ver com esse momento: ?Longe de casa/Há mais de uma semana/Milhas e milhas distante/Do meu amor/Será que ela está me esperando/Eu fico aqui sonhando/Voando alto/Perto do céu...?, confirma o inquieto diretor de marketing da Unigranrio, desdobrando-se em seu lado confessional.
Imagens que traduzem a força do Hino de Roraima - Sem lenço e com poucos documentos, Fred estava próximo às "mesas" do Monte Roraima, num de seus estágios, sem suas ferramentas diárias: YouTube, blogs, fotologs, celular, redes sociais. Nosso Indiana Jones se esqueceu das tecnologias habituais depois que descortinou sua íris pelas montanhas, rochas que lembram ruínas, cachoeiras, rios, piscinas naturais, igarapés, terrenos acidentados, aldeias, lagos, savanas, bromélias, flores das mais variadas e, naturalmente, turistas. Fred Schifffer destacou um trecho do Hino de Roraima, que ficará marcado em sua mente: ?Tua flora, o minério e a fauna/São riquezas de grande valor/Tuas águas são limpas, são puras/Tuas forças traduzem vigor?.
Carregamento básico na mochila - Para alcançar o sétimo ponto mais elevado do país, por lugares intocados e mágicos nas savanas, Fred Schiffer descartou alguns mandamentos listados pelos guias e agentes de turismo de Boa Vista, porque sua preparação física e senso de organização já faziam parte do green card para o acesso à montanha. Fred, acompanhado por um cozinheiro da comunidade de Paratepuy e por um guia local, percorreu as trilhas e subidas rumo à formação rochosa de aproximadamente 2 bilhões de anos, com mochila repleta de coisas básicas: máquina fotográfica, água, saco de dormir, remédios, cartão de vacina contra febre amarela, passaporte, energéticos, lanches, frutas desidratadas, isolante térmico e sacos plásticos.
Pé quebrado a mais de 2 mil metros de altura - O ?Fred de Botas? foi surpreendido pela fauna e flora da região. Cobras e lagartos à parte, nosso desbravador das boas imagens foi pego numa das curvas, digo, fendas traiçoeiras próximo às rochas escuras. De pé quebrado, Fred pensou em duas coisas: ser retirado de lá de helicóptero, ou continuar sua peregrinação em busca das fotos que faltavam, com apoio, literalmente, de seus guias. Alguém arrisca um palpite? Pois ele fez uma tala e improvisou imobilização com a própria bota. O resultado das fotos você vê na exposição, apesar do sufoco com a convivência de dores e do uso de remédios. A volta á civilização se fazia necessário, mas Fred concluiu sua fotos com bravura, ensinamentos indígenas e muita fé em Deus. E ele, que já tem uma lista enorme de pedidos, atendeu às preces de nosso amigo Fred, talvez por ele estar nas alturas, bem mais perto do céu. Freud explica, enquanto Fred fotografa.
Fotografei as imagens que os deuses permitiram ? Entre tantos avisos e advertências, os fotógrafos ainda precisam ficar atentos a inconvenientes que podem prejudicar o trabalho de documentação digital. A variação de umidade e de temperatura pode ocasionar o travamento de uma máquina desse tipo. ?Tomei todos os cuidados para não perder minhas fotos, em face da variação de temperatura no alto do Monte Roraima e de olho nas baterias, já que não tínhamos como recarregá-las. Mais uma vez, a poderosa Nikon D2xs resistiu ao tranco. Fotografar o Monte Roraima foi um ato movido por muita paciência, persistência, resistência e coragem. Os ventos de até 60 km/h exigiram de mim agilidade na troca de lentes, na mudança repentina de velocidade, já que o sol dava lugar a nuvens e temporais em questão de segundos. Foi inacreditável, a ponto de pensar que o respeito à montanha estava escrito há milênios. Fotografei as imagens que os deuses permitiram?, concluiu Fred Schiffer.
Operadoras de turismo genéricas?e perigosas - Apesar de as operadoras brasileiras explorarem o turismo ao Monte Roraima de forma sustentável, as empresas venezuelanas não têm o mesmo cuidado. Elas colocam em risco a vida de turistas e não respeitam os mandamentos mínimos de segurança. ?É comum, segundo soube, haver acidentes, gente perdida e roubo de riquezas naturais, como do quartzo (que não tem valor qualquer), porque os responsáveis por operadoras venezuelanas não são sérias?, denuncia Fred Schiffer.
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Local:
Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana (MHEx/FC)
Av. Atlântica - Posto Seis
Copacabana
(21) 2521-1032
Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 10h às 17h
Ingresso:
visitação completa: R$ 4,00
visitação restrita: R$ 2,00
Meia entrada para maiores de 60 anos e estudantes uniformizados
Gratuidade para militares, maiores de 80 anos e menores de 10 anos.
Visitas guiadas com marcação prévia através do telefone (21) 2287-3781
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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