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Abertura: 12 de novembro de 2010 |
Encerramento: 13 de março de 2011 |
Conhecido por apresentar trabalhos que misturam diversas mídias – Brusky foi pioneiro de arte multimídia já nos anos 70 – que incluem desenhos, performances, happenings, copy art e fax-art, arte postal, intervenções urbanas, fotografia, filmes, poesia visual, experimentações sonoras, intervenções em jornais, entre outras. Para esta exposição na EAV-Parque Lage não vai ser diferente.
Com curadoria de Adolfo Montejo Navas, nas Cavalariças da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o artista apresenta cerca de 15 obras, que incluem instalação sonora, objetos, poemas visuais, livro de artista, livro-obejto, vídeo performance, instalação, performance, poema-ação e fotografia-objeto. Mas por outro lado, há uma característica significativa desta mostra, que é a ênfase na produção nova do artista (trabalhos de 2008, 2009 e 2010).
Além de obras que serão mostradas e instaladas pela primeira vez no Parque Lage, no dia da inauguração, também haverá lugar a uma performance do artista, além de produzir um anúncio/classificado num jornal carioca do mesmo dia 12 de novembro de 2010, como obra pública.
Nesta mostra, há outra característica nuclear da poética do artista, veiculada através de diversos trabalhos, que é a relação do artista com obras de outros, que já vem alimentada pela natureza de obra coletiva que representa seu famoso ateliê, com inumeráveis trabalhos nacionais e internacionais.
Esta familiaridade com um acervo coletivo feito de múltiplas conexões, com a noção de arquivo imagético geral e, em consequência, o estabelecimento de sintonias e afinidades através de leituras-conversas com poéticas de outros artistas, está mais presente do que nunca numa mostra do artista, com 6 homenagens explícitas: a Ivens Klein, Lewis Caroll, Volpi, Duchamp, Wlademir Dias-Pino e Klebnikov, vinculando neles, simbolicamente, as artes plásticas, a literatura e a poesia gráfica e experimental.
No inauguração, há uma mesa-redonda com Paulo Bruscky, Adolfo Montejo Navas (curador), Lídice Matos (pesquisadora) e Lula Vanderley (artista plástico), às 18h, no Salão Nobre da EAV-Parque Lage. Após a o encontro, vai acontecer a performance “Poesia Viva”.
O artista ajudou a denunciar a ditadura militar no Brasil, utilizando-se de todos os meios disponíveis (de envelopes de cartas a encefalogramas), mas apresentou sua primeira exposição em 1970, na Galeria Empetur de Recife. Em 1981, recebeu a Bolsa Guggenheim de Artes Visuais, residindo por um ano em Nova Iorque. Nesse mesmo ano ele foi convidado a participar na XVI Bienal Internacional de São Paulo, onde mais uma vez em 1989 e 2004, com uma sala especial que reconstrói seu rico ateliê. As experiências do artista com arte-correio, videoarte, artidoor e xerografia/faxarte são apontadas como pioneiras dentro das discussões acerca da utilização de novos meios na arte brasileira.
Sempre testando e estendendo os limites da prática artística e se mantendo à margem do mercado, ele foi o único artista brasileiro a ganhar sala especial na X Bienal de Havana, em Cuba, de 27 de março de 2009 a 30 de abril do mesmo ano – onde apresentou um panorama de 40 anos de carreira – com cerca de 150 obras, de 1969 a 2009. Na ocasião foi lançado o livro “Paulo Bruscky: Arte em Todos os Sentidos”, de autoria de Cristiana Tejo.
Entre as exposições de Bruscky, na última década, estão, entre outras: Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal de São Paulo (1994); Arte Conceitual e Conceitualismos: 70 anos não acervo MAC / USP, Galeria de Arte do Sesi, São Paulo (2000), Anos 70: trajetória, Itaú Cultural, São Paulo (2001); 27 Panorama Atual de Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo (2001).
Esta exposição que ele apresenta no Parque Lage trata-se, portanto, de uma mostra especial e histórica, pois ela abriga a produção recente do artista, justamente agora que sua obra vem sendo cada vez mais revalorizada com diferentes mostras que privilegiam, sobretudo, o acervo, a sua importância histórica nas neo-vanguardas brasileiras dos anos 70 e depois (após a XXVII Bienal de São Paulo, houve retrospectiva no MAC, SP, na X Bienal de la Habana, VII Bienal de Mercosul, e recentemente no SENAC de Pernambuco, e no Museu da Pampulha, de B. Horizonte, além da nova presença na XIX Bienal de São Paulo, quase sem interrupção).
Essa exposição privilegia o presente, a sua atividade mais contemporânea (como já foi feito em parte em Poiesis Bruscky, Galeria Nara Roestler, São Paulo, 2009, também com curadoria de Adolfo Montejo Navas). Daí que seus trabalhos sejam de 2008, 2009 e 2010, e em sua maioria, inéditos; contando inclusive com alguma obra feita especificamente para a ocasião, como é o caso da instalação Quebra-cabeças (Escada rolante para o céu), 2010, ou a produção e instalação de um poema sonoro sobre o próprio Parque Lage, terminado recentemente.
É importante frisar que não é a primeira vez que Paulo Bruscky e Adolfo Montejo Navas estabelecem parceria artística. Em primeiro lugar, pelas mostras coletivas em que Bruscky participou a convite do segundo, também pelos textos e encontros feitos em diversas ocasiões e, atualmente, pelo álbum, ORA BOLAS, feito juntos, em impressão, e que trata de trabalhos vinculados ao futebol. Além disso, Adolfo Montejo Navas está fazendo o livro monográfico POIESIS BRUSCKY há alguns anos, com publicação prevista em 2011. |
Local:
Parque Lage
Rua Jardim Botânico, 414
Jardim Botânico
(21) 3257-1800
Funcionamento:
de 3ª a 5ª feira, das 12h às 20h
6ª feira, sábado, domingo e feriado, das 10h às 17h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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