|
Abertura: 20 de Julho de 2010 [para convidados] 21 de julho de 2010 [para o grande público] |
Encerramento: 2 de outubro de 2010 |
São cerca de 60 obras do artista que tem importância histórica para a arte brasileira, criador do Grupo Rex, em 1966, em companhia de Nelson Leirner, Geraldo de Barros, Frederico Nasser, Carlos Fajardo e José Resende.
A mostra se reveste de um caráter de tributo, já que a última grande exposição dedicada ao artista, nascido em São Paulo em 1931, foi realizada há 18 anos.
Wesley Duke Lee foi um precursor em várias frentes artísticas, como a realização de happenings, performances, instalações, chamadas na época de ambientes, e na discussão sobre o papel do mercado, com quem rompeu nos anos 1960, criando o Grupo Rex.
As obras selecionadas por Max Perlingeiro, diretor da Pinakotheke Cultural, cobrem um período desde os anos 1950 ao final dos anos 1990, e são oriundas de importantes coleções particulares e públicas, e nunca estiveram reunidas antes. São pinturas, desenhos, instalações, a maior parte nunca vista pelo público, ou há muitas décadas sem serem mostradas.
Max Perlingeiro observa que Wesley Duke Lee é uma pessoa cativante, com uma legião de amigos. Quando se espalhou a notícia de que haveria uma exposição em sua homenagem, os que conviveram com ele acorreram para emprestar uma obra, um documento, uma fotografia. “As pessoas foram muito generosas, e abriram seus arquivos para nós. Sua família nos permitiu pesquisar em seu acervo”, conta Perlingeiro. “Essa mostra é um concerto a 20 mãos”.
Ele admitiu ter tido muita dificuldade em chegar no número desejado de obras, por estar “envolvido emocionalmente, e serem muitos os trabalhos excepcionais”. “Wesley precisa ser visto com uma certa tranqüilidade, pois sua obra já é muito inquieta; é preciso que a exposição respire”.
A mostra terá uma orientação cronológica, com o objetivo de aproximar o trabalho do artista às novas gerações. Serão quatro ambientes, que irão da década de 1950 ao final da de 1990, quando reduziu sua produção. Em cada uma das salas serão exibidos trechos de uma longa entrevista dada à TV Cultura em 1991, em que Wesley Duke Lee fala sobre as diversas fases de sua trajetória.
Uma bem-cuidada publicação de 160 páginas, com formato de 22 x 28cm, acompanhará a exposição.
Os textos são de Tomaz Souto Correa, amigo de vida inteira do artista, que seleciona e comenta trechos da correspondência amorosa entre Wesley Duke Lee e Lydia Chamis; Nelson Leirner (integrante do Grupo Rex); Antonio Dias e Carlos Vergara, que fazem um depoimento sobre o artista; Maria Cecília Gismondi (artista e amiga de uma histórica performance de 1963); e Cacilda Teixeira da Costa, biógrafa do artista, autora de uma cronologia, ilustrada com documentos, cartazes, fotos, cartas, obras e objetos pessoais.
INEDITISMO
São várias as obras inéditas, como o making of em imagens fotográficas da performance realizada em 1963 pelas ruas do centro de São Paulo, com Maria Cecília Gismondi filmada por Otto Stupakoff. “O filme desapareceu, mas encontramos o making of em fotos, e faremos um multimídia”, conta Max.
Essa performance é considerada histórica, e o filme feito por Stupakoff junto com as pinturas da serie “Ligas” integraram o primeiro happening realizado no Brasil, feito por Wesley Duke Lee no João Sebastião Bar, em São Paulo, em 23 de outubro de 1963.
A decisão de fazer a exposição em um bar foi uma atitude de revolta contra galerias e instituições que rejeitaram seus desenhos da serie “Ligas” – hoje considerada uma das mais importantes da trajetória do artista –, inspirados em de Lydia Chamis, e que fazem alusão à prática japonesa de atar mulheres nuas com cintos e faixas. Para maior escândalo na época, o espetáculo tinha ainda a simulação de um streaptease.
A exposição terá ainda obras emblemáticas como “O um (o macaco)”, “O nome do cadeado é: as circunstâncias e seus guardiões”, “Yukiko-e (a zona 19 a 45)” – um políptico com quase quatro metros de comprimento, exposta em Tóquio 1965 – e as instalações, na época chamadas “ambientes”.
O público será recebido na entrada por uma projeção do vídeo da Cultura, em que Wesley Duke Lee está de braços abertos. “É importante marcar a presença do artista, que está vivo e bem-assistido por seus parentes e amigos, na doença que lhe acometeu há alguns anos”, diz Perlingeiro. |
Local:
Pinakotheke Cultural
Rua São Clemente 300
Botafogo
(21) 2537-7566
Funcionamento:
De 2° a 6° feira, das 10h às 18h
Ingresso:
Entrada Franca
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
|
|