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Abertura: 20 de abril de 2010 |
Encerramento: 23 de maio de 2010 |
José Pinto - Cachoeira - Bahia - foto Vicente de Mello
Com curadoria do historiador holandês radicado no Brasil Pieter Tjabbes, a mostra traz 43 óleos sobre tela produzidos, no período de 1971 a 2004, pelo artista popular baiano José Pinto, considerado um dos grandes talentos da arte popular.
Fez sucesso nos anos 60 e 70, admirado por personalidades como Jorge Amado, Walmir Ayala, Elsie Lessa, Flávio de Aquino, entre outros, foi Mudou-se para Rio de Janeiro nos anos setenta, mas não emplacou sua carreira devido a uma longa doença. Apesar disso ter lhe impedido de organizar exposições, José Pinto nunca parou de produzir. Pintar era sua razão de viver. Feleceu em 2008.
Os trabalhos do artista se desenrolam, na sua melhor forma, em torno do universo religioso. Pintura de santos, imagens e cenas bíblicas são representadas de diversas formas. Outra fonte de inspiração constante é a paisagem rural da Bahia, no cultivo do cacau.
José Pinto - Cosme e Damião - foto Vicente de Mello
O fato de haver uma distinção entre o estilo dos dois assuntos mais recorrentes - santos e paisagens - é muito interessante. Quando o artista trata de imagens de santos, faz uma representação mais formal, com um fundo colorido, sem nenhuma profundidade, remetendo ao aspecto do imaginário dos ícones bizantinos e russos, porém sem criar distanciamento.
José Pinto "brinca" com os santos que, cercados por pessoas alegres e coloridas, socializam com os fiéis. Nas paisagens, ele se deleita muito mais com o ato da pintura, detalha com gosto as cenas, e cria assim cenas de grande encanto e com uma dosagem de saudosismo, explica o curador. “Só em alguns casos o artista combina estes dois estilos, quando coloca as cenas da Santa Ceia dentro da paisagem tropical”, complementa Pieter Tjabbes.
José Pinto - Nossa Senhora da Vitória - foto Vicente de Mello
Sobre a Arte Naïf
Historicamente, o termo "Arte Naïf" nos chegou via arte moderna, por meio das pinturas de cunho “ingênuo, bruto, não sofisticado”, de autoria do alfandegário Henri Rousseau, expostas no Salão dos Independentes, em Paris, a partir de 1886. Os inquietos artistas da virada do século XIX buscavam novos caminhos, inspirando-se na força transmitida pelos trabalhos de povos primitivos, de crianças e de loucos.
Certamente, é um estilo que hoje está na contramão das tendências artísticas que celebram espaços virtuais e grandes tecnologias. O artista naïf muitas vezes busca informações técnicas na arte erudita. Já o artista erudito moderno nutriu-se do vigor, da alegria e da objetividade da arte naïf. Exemplos conhecidos são pessoas do povo, como Waldomiro de Deus, Mestre Noza, José Costa Leite e Chico da Silva, que não tiveram a oportunidade de estudar arte.
José Pinto - Santa Ceia - foto Vicente de Mello
Outros, como Raimundo de Oliveira e Leônio, apesar de terem frequentado alguns cursos, produzem à maneira ingênua, sem simbolismo ou metáforas: narrativas sinceras de lugares e crenças profundamente enraizadas.
"Arte ingênua", "arte popular", "arte primitiva", "arte naïf" ou "espontânea" são denominações que, por vezes se confundem e por vezes se aplicam a conceitos sutilmente diferenciados. São pinturas, geralmente muito detalhistas, executadas com massa de cores densas. A energia das cores vibrantes e o dinamismo da tela são as marcas salientes, assim como sua narrativa clara e didática. Outras características da arte popular são o preenchimento da tela inteira com detalhes e o uso simplificado da perspectiva, que ressalta a superfície do quadro.
José Pinto - Boizinhos - foto Vicente de Mello
José Pinto - A Rainha de Sabá visita o Rei Salomão - foto Vicente de Mello
José Pinto - A pastora - foto Vicente de Mello |
Local:
Centro Cultural Correios
Rua Visconde de Itaboraí, 20
Centro
(21) 2253-1580
Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 12h às 19h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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