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Abertura: 27 de março de 2010 |
Encerramento: 20 de junho de 2010 |
Essa mostra é muito mais de que uma exposição de arte contemporânea:
* Um jardim com treze mil mudas de plantas daninhas no interior da Casa França-Brasil
* A volta do tradicional homem do realejo ao Rio, com o periquito tirando mensagens surpreendentes
* Performance com as linhas das palmas das mãos que leva o espectador/visitante a experimentar, mesmo que por alguns instantes, o lugar do outro
* Bordados em tecidos com fios de cabelos e folhas de plantas daninhas
Obras que revelam as vozes ocultas e abafadas de pessoas em situação de precariedade social.
O que têm em comum um realejo, um jardim com plantas daninhas e a identidade contida nas linhas das mãos? A arte de Rosana Palazyan, que revela as vozes ocultas e abafadas de pessoas em situação de precariedade social, a partir de pesquisas realizadas desde o início de sua carreira, há 21 anos. Arte da realidade? – Não, absolutamente, diz a artista. – É a arte do encontro, da aproximação, é a arte do estar junto, de como conviver com as diferenças, ressalta.
Obra: No lugar do Outro
- Rosana integra um seleto grupo de artistas contemporâneos brasileiros que fundamentam seu trabalho no exercício da alteridade e no papel da arte como ferramenta de transformação social – diz a curadora e produtora da mostra, Martha Pagy. Ela destaca que as obras da artista resultam de um processo de criação que inclui, invariavelmente, uma pesquisa local e um trabalho de campo com aqueles que estão fora do tecido social produtivo.
– Ao retratar em seus trabalhos personagens de comunidades periféricas, a artista lida com questões essenciais ao processo de superação individual e de fortalecimento de valores de ética e cidadania nesses grupos; estimula a sensibilização do olhar para o outro e aponta para a possibilidade de utilização da arte como ferramenta de transformação e inclusão social – afirma Martha.
Toda essa linguagem toma conta da Casa França-Brasil em uma exposição que apresenta instalações, projetos de arte pública, performance, obra sonora, fotografias, objetos, desenhos, bordados e vídeo.
Serão quatro grandes obras: “O Realejo”, “No Lugar do Outro”, “Por que Daninhas?” (que jamais foram vistas no Rio), e “O Jardim das Daninhas”, instalação criada especificamente para o espaço da Casa França-Brasil, além de desenhos/projetos, trabalhos em fotografia e pequenos objetos, que farão parte de uma sala que mostrará o desenvolvimento do processo, evidenciando o trabalho de pesquisa da artista antes da criação de cada obra. A mostra tem o patrocínio da Light e o co-patrocínio da Embratel.
Rosana não expõe individualmente no Rio de Janeiro desde 2002 e as obras que estarão na mostra nunca foram exibidas na cidade. “O Jardim das Daninhas” é um trabalho inédito, criado especialmente para a exposição. O convite para expor no Rio partiu da diretora da Casa França-Brasil, Evangelina Seiler. – O trabalho da Rosana é forte, tocante, surpreendente. A obra “O Realejo”, idealizada para percorrer ruas e praças tem tudo a ver com o espaço da Casa, inaugurada em 1820 como a Primeira Praça de Comércio do Rio de Janeiro. Nada mais adequado!”, finaliza Evangelina.
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AS OBRAS
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O Realejo - 2003/2010
Projeto de Arte pública e instalação
foto Luciney Martins
Exposto pela primeira vez em 2004, na 26ª Bienal de SP. Será apresentado dentro do espaço na Casa França-Brasil. Com esse trabalho, Rosana faz um resgate do passado, da sua infância no Rio de Janeiro, onde a figura do realejo (que
praticamente desapareceu no início dos anos 70) era muito presente nas praças. A figura do realejo, associada ao “mensageiro da sorte” ou “mensageiro dos sonhos”, irá surpreender na obra de Rosana, com registros de pesquisas realizadas pela artista, em São Paulo e no Rio de Janeiro, desde 1998.
O Jardim das Daninhas – Inédita
O projeto consiste em construir um jardim com plantas que são habitualmente deixadas de lado, e arrancadas dos jardins pelos jardineiros, por serem consideradas daninhas. A artista explica que o conceito de plantas daninhas é bastante amplo. – Qualquer uma pode ser daninha, até uma rosa, se nascer onde não é desejada – diz Rosana, ao salientar que isso também poderá acontecer neste jardim. A proposta do trabalho, então, é a de causar no espectador a dúvida, a reflexão, sobre quais plantas são e quais não são consideradas daninhas. Com o conceito de conviverem juntas fazendo um paralelo à sociedade. – Um jardim de daninhas também pode ser belo? – indaga a artista.
Por que Daninhas? - 2006/2008
Bordado sobre tecido / fios de cabelos e plantas.
fotos Vicente de Mello
É uma série criada a partir de textos encontrados em livros de agronomia que tratam de estudos sobre plantas daninhas e definem o que pode ser uma planta daninha. Especialistas revelam seus valores, qualidades e defeitos. E analisam como essas plantas podem ou não manter-se na natureza ou em culturas produtivas, e se necessariamente devem ou não ser controladas. – Quando li as definições encontradas nos livros, tive a inspiração para a obra Por que daninhas? Um título que questiona a terminologia utilizada para caracterizar seres vivos que são considerados indesejados – diz a artista.
No lugar do Outro - 2005/2010
Arte Pública, Instalação e performance
fotos Vicente de Mello
A pesquisa para este projeto está baseada nos depoimentos de pessoas que superaram a situação de rua. Obra exposta em 2006, na Galeria Leme em SP, será apresentada no Rio pela primeira vez, acrescida de novas informações, colhidas por Rosana com pessoas que vivem na cidade. Neste trabalho, a artista se afasta da narrativa explícita, indo em direção à abstração e sutileza, criando uma linguagem para além dos clichês e generalizações. E sugere a possibilidade de uma metamorfose quase mágica. – Proponho o exercício da delicadeza – a obra de arte nas palmas da mãos – convidando o espectador/visitante a experimentar, mesmo que por alguns instantes, o lugar do outro.
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SOBRE A ARTISTA
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Rosana Palazyan - Rio de Janeiro, 1963.
Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil
Principais exposições individuais: 2006, Rosana Palazyan, Galeria Leme, São Paulo – 2004, O Lugar do Sonho, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo – 2002 , Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro – 2000, Museo de Arte Contemporáneo Rufino Tamayo, Cidade do México, México, e Galeria Thomas Cohn, São Paulo – 1998, Bedtime Stories, George Adams Gallery, Nova Iorque, EUA, e Galeria Thomas Cohn, São Paulo – 1996.
Entre as mostra coletivas, destacam-se: 2010, Gigante por la propria naturaleza, Instituto Valenciano de Arte Moderna, Valência, Espanha - 2009, Bienal do Mercosul - Porto Alegre;
Pretty Tough: Contemporary Storytelling, The Aldrich Contemporary Art Museum, Ridgefield, EUA - 2007, Um Atlas de Acontecimentos, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; Intimidades, Galeria Marilia Razuk, São Paulo; Mulher Mulheres, SESC Avenida Paulista, São Paulo - 2006, A imagem do Som: Futebol, St. Elizabeth Kirche, Berlim, Alemanha - 2005, Rampa: Signaling New Latin Art Initiatives, Arizona State University Art Museum, Arizona, EUA; Homo Ludens, Do Faz-de-Conta à Vertigem, Itaú Cultural, São Paulo - 2004, XXVI Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal de São Paulo e Inauguração Galeria Leme, São Paulo. |
Local:
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78
Centro
(21) 2253-5366
Funcionamento:
De terça a domingo, das 10h às 20h
Ingresso:
Entrada franca
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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