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Abertura: 11 de fevereiro de 2010 |
Encerramento: 7 de junho de 2010 |
Depois de ganhar uma grande mostra individual na Tate Modern, em Londres, o carioca Cildo Meireles inaugura retrospectiva de gravuras no Museu da Chácara do Céu. A mostra, que marca a volta do artista plástico à cena carioca, depois de cinco anos sem expor no Rio, faz parte do prestigiado projeto Os Amigos da Gravura que, há 19 anos ininterruptamente, lança no mercado gravuras inéditas de nomes de destaque da arte brasileira. Especialmente para o evento, Cildo criou uma nova serigrafia a partir de um desenho feito em 1968. “Acho importantíssimo participar de um projeto que prestigia e promove a gravura no país. Uma iniciativa louvável que deveria ser seguida por muitas outras instituições”, diz Cildo.
Na exposição, que acompanha o lançamento da serigrafia, o artista vai reunir cerca de 20 gravuras criadas a partir da década de 60. Na verdade, uma síntese de tudo o que ele produziu neste tipo de suporte ao longo de sua trajetória. A maioria das peças é inédita. “Quis fazer um recorte da sua obra, reunindo trabalhos que nunca haviam sido mostrados em conjunto”, conta a curadora e editora Reila Gracie, que desde 1987 edita os trabalhos de Cildo. Ela explica que o artista nunca foi um gravador por excelência, por isso mesmo, a maioria de suas gravuras partiu de obras originais, como as que reproduzem fotografias de algumas de suas instalações. Como exemplos, presentes na mostra, ela cita as gravuras Desvio para o Vermelho e as da série Metros I e o múltiplo Glove Trotter, este último impresso em chapa de aço inox. “Quero mostrar com esta exposição exatamente isso, a forma como Cildo enxerga a gravura ou o chamado múltiplo. Ele parte de um trabalho original e o desdobra, realizando, assim, uma nova obra em outro suporte”, resume.
A Sociedade Os Amigos da Gravura, criada em 1952 pelo empresário e mecenas Raymundo Ottoni de Castro Maya, sempre teve como objetivo difundir a gravura, disseminar a arte contemporânea e fomentar o colecionismo. Nesta primeira fase da associação participaram artistas de renome como Oswaldo Goeldi, Fayga Ostrower e Lívio Abramo, entre tantos outros. Interrompido durante quase quatro décadas, o projeto foi retomado em 1991 com o lançamento da gravura Ciclistas, do pintor Iberê Camargo. De lá pra cá, fizeram parte de Os Amigos da Gravura Fayga Ostrower, Rubem Grillo, Anna Letycia, Antonio Dias, Daniel Senise, Malu Fatorelli, Waltércio Caldas e Beatriz Milhazes, só para citar alguns nomes.
“A nossa idéia é alternar artistas já consagrados com outros que estão despontando no cenário das artes”, conta Vera Alencar, diretora do Museu Chácara do Céu. A cada ano, três artistas plásticos são convidados a participar do projeto com uma gravura inédita que é vendida no próprio museu. A tiragem de cada gravura é limitada a 50 exemplares. Segundo Anna Paola Pacheco Baptista, coordenadora de comunicação social do museu, o projeto é um sucesso total. “Muitos artistas, como Nelson Lerner, Ângelo Venosa e Maria-Carmen Perlingeiro, tiveram sua série esgotada em apenas uma semana”, conta. É possível adquirir as gravuras diretamente na loja do Museu da Chácara do Céu ou pelo e-mail amigra@museuscastromaya.com.br.
SOBRE CILDO MEIRELES
Aos 62 anos (45 de carreira), Cildo Meireles é hoje um dos mais consagrados artistas plásticos brasileiros no mundo e o único vivo a ter uma exposição individual na Tate Modern. Aberta em 2008, a mostra itinerante passou por Barcelona e cidade do México, entre outros lugares. Também em 2008, ele ganhou duas importantes premiações internacionais: 7º Prêmio Velázquez de Artes Plásticas, concedido pelo Ministério da Cultura da Espanha, e o Ordway Prize, do New Museum de Nova York.
Seu trabalho é pautado pela diversidade de suportes, técnicas e materiais, abordando quase sempre questões mais amplas, de natureza política e social. Também é conhecido por levantar temas que discutem o próprio papel das artes plásticas no mundo contemporâneo. Ficaram célebres trabalhos como Zero Cruzeiro e Zero Dólar (1977), a série em que carimbou em notas de um cruzeiro a frase Quem matou Herzog (criada na época da ditadura militar) e as instalações Desvio para o Vermelho - I: Impregnação, II: Entorno, III: Desvio (1967-84), formada por três ambientes que dialogam entre si, e Glove Trotter (2001), que evoca a superfície lunar com bolas de diferentes tamanhos cobertas por um tecido prateado e brilhante _ as duas últimas serviram de base para duas gravuras que serão expostas na Chácara do Céu. Sua última exposição no Rio foi em 2005, no Centro Cultural Banco do Brasil. |
Local:
Museu da Chácara do Céu - Museus Castro Maya (MCM)
Rua Murtinho Nobre, 93
Santa Teresa
(21) 2224-8981
Funcionamento:
De 2ª feira a domingo, das 12h às 17h
NÃO ABRE: as terças-feiras
Fecha nos dias 1º janeiro, período de Carnaval, 25 e 31 dezembro
Ingresso:
R$2
Entrada franca as quartas-feiras
Gratuidade para adultos acima de 65 anos, crianças até 12 anos, grupos escolares, professores e guias de turismo em serviço.
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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