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Abertura: 1 de outubro de 2009 |
Encerramento: 1 de novembro de 2009 |
O público tem a oportunidade de conhecer e adquirir a cerâmica utilitária produzida por mulheres da família Louzeiro, de Mirinzal, Maranhão, visitando a exposição “Porto das Anas e das louças”. A mostra traz o trabalho de quatro irmãs e uma sobrinha chamadas Ana, moradoras de Porto Nascimento, comunidade rural do município. Hoje, na região, apenas elas continuam praticando o ofício de louceira como complemento à renda familiar, pois as encomendas e a produção tiveram uma queda brusca devida à entrada no mercado dos utensílios industrializados.
As cerâmicas produzidas por Ana Amélia, Analice, Ana da Graça, Ana Raimunda e Ana Domingas são bastante rústicas, mas não por isso simples. Totalmente artesanal e sintonizada com o meio ambiente da localidade, a prática se apoia em conhecimentos que apenas anos de observação e apuro, obtido ao longo de gerações, podem respaldar, requerendo complexa engrenagem que se executa num cronograma de trabalho que dura “de um verão pro outro”. O ofício é regido pelas condições climáticas da região, que possui um período chuvoso, o “inverno”, e um de estiagem, o “verão”.
O barro é extraído no “verão” e posto para “descansar” durante um ano. Após esse período, é “temperado” com a cinza da casca do itaquipé, um desengordurante natural utilizado para que o barro atinja a plasticidade necessária para a feitura das louças. Depois de “temperado”, o barro repousa por mais três ou quatro dias, sendo neste intervalo amaciado até que adquira a textura ideal para ser “tecido”. Na base do que virá a ser a louça são acrescidas as “tiras”, roletes de argila que caracterizam a técnica ceramista do “acordelado”.
Alguidares, potes, bilhas, panelas, moringas, tigelas, pratos e assadeiras são identificados com as iniciais de sua autora ou com o nome do cliente, postos para secar e preparados para a queima, realizada após alguns dias. Antes, porém, são submetidos ao “esquente”, para a retirada do restante de umidade. Após essa etapa, as louças são limpas com água salgada na parte interna para evitar manchas.
Em seguida, as louças são arrumadas cuidadosamente uma a uma de cabeça para baixo sobre arcos de ferro chamados tacurubas, de modo que não entortem, e totalmente cobertas com “caçambas” de coco. O fogo para a queima “no tempo” é ateado com as brasas que restaram do “esquente”, e só podem ser realizados no “verão”, quando a terra está seca, evitando-se o risco de as louças ficarem “roxas”, como se referem as Anas às peças que não atingem uma cor viva. Durante a queima, os objetos são impermeabilizados com a resina do jutaizeiro, espécie de jatobá. A queima e a impermeabilização levam cerca de duas a três horas, dependendo da quantidade de peças.
Informações: Setor de Difusão Cultural (21) 2285-0441, ramais 204, 205 e 206 difusao.folclore@iphan.gov.br, www.cnfcp.gov.br
Parceria
Superintendência do Iphan no Maranhão
Sebrae Maranhão
Realização
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular / Departamento de Patrimônio Imaterial / Iphan / Ministério da Cultura |
Local:
Sala do Artista Popular - Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP)
Rua do Catete, 179 e 181
Catete
(21) 2285-2545
Funcionamento:
de 3ª a 6ª feira, das 11h às 18h
Sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h
Ingresso:
Entrada Franca
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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