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Abertura: 9 de setembro de 2009 |
Encerramento: 27 de setembro de 2009 |
A mostra reúne 16 telas em guache feitas pela escritora na década de 70 que até então nunca foram expostas em conjunto. Os visitantes poderão conhecer mais sobre essa faceta desconhecida da autora e também terão acesso a livros e traduções das principais obras de Clarice Lispector, além de alguns manuscritos expostos em vitrines.
“Quem sabe escrevo por não saber pintar?”, perguntou-se Clarice certa vez. No entanto, a mesma Clarice assinalou a importância do ato de pintar em sua vida. Em primeiro lugar, como algo relaxante. Numa de suas conferências sobre literatura, ela compara a pintura à atividade literária: “Quanto ao fato de escrever, digo – se interessa a alguém – que estou desiludida. É que escrever não me trouxe o que eu queria, isto é, a paz. (...) O que me descontrai, por incrível que pareça, é pintar. Sem ser pintora de forma alguma, e sem aprender nenhuma técnica. (...) É relaxante e ao mesmo tempo excitante mexer com cores e formas sem compromisso com coisa alguma. É a coisa mais pura que faço.”
Em outra oportunidade, numa dedicatória escrita a um de seus filhos, Clarice dá nova dimensão ao seu apego à pintura: “É uma libertação pintar. Liberta mais do que escrever.” Segundo a crítica Lucia Helena Vianna, estudiosa dos quadros de Clarice, em meados dos anos 1970 a escritora julgava ter perdido seu estilo de escrita e impunha-se a procura de um “outro modo de escrever, de uma nova linguagem. (...) Concomitante à produção de seus últimos livros, Clarice se permite exercitar a expressão através de desenhos, tintas e cores. A poética da escritura que se vai engendrando em Água viva [publicado em 1973] expõe o trajeto de ir e vir entre pintura e escritura.”
Clarice debate-se com os significados e os efeitos de uma imagem abstrata: “Pintei um quadro que uma amiga me aconselhou a não olhar porque me fazia mal. Concordei. Porque neste quadro que se chama Medo eu conseguira pôr para fora de mim, quem sabe se magicamente, todo o medo-pânico de um ser no mundo./ É uma tela pintada de preto tendo mais ou menos ao centro uma mancha terrivelmente amarelo-escuro e no meio uma nervura vermelha, preta e de amarelo-ouro. Parece uma boca sem dentes tentando gritar e não conseguindo. Perto dessa massa amarela, em cima do preto, duas manchas totalmente brancas que são talvez a promessa de um alívio. Faz mal olhar este quadro.”
Todas as telas da exposição do IMS integram o acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa.
Clarice Lispector para crianças
Ainda para homenagear a escritora, o IMS-RJ realiza no dia 26 de setembro (sábado) uma roda de histórias com o Grupo Mosaicos, que apresenta Clarice Lispector ao público infantil por meio dos contos “Quase verdade” e “A mulher que matou os peixes”, nos quais há espaços para conversas, refrescos, passarinhos cantando e pergunta aos leitores.
Idade mínima: 3 anos |
Local:
Instituto Moreira Salles (IMS)
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea
(21) 3284-7400
Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 13h às 20h
Ingresso:
Entrada e estacionamento gratuitos
Atenção: os horários
e a programação podem ser alterados pelo
local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável
confirmar as informações por telefone antes
de sair. |
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