Olhar direto: fotografias de Paul Strand
rioecultura : EXPO Olhar direto: fotografias de Paul Strand : Instituto Moreira Salles (IMS)
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Abertura: 28 de abril de 2009
Encerramento: 5 de julho de 2009
O Centro Cultural do IMS no Rio de Janeiro (rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea) exibe, de 28 de abril a 5 de julho, a exposição "Olhar direto: fotografias de Paul Strand". Pela primeira vez o público brasileiro poderá ver uma exposição individual do trabalho de um dos grandes fotógrafos modernos. É a primeira exposição individual de Strand na América Latina.

Paul Strand (1890-1976) tornou-se uma referência na história da fotografia do século XX, sobretudo pelo impacto provocado por sua obra mostrada em Nova York, nos anos 1910 e 1920, em galerias e revistas de arte moderna. Suas fotos apresentavam uma abordagem direta da vida nas ruas da metrópole industrial, o que era incomum naquele contexto. Naturezas-mortas, closes de utensílios domésticos e máquinas revelavam um novo ponto de vista sobre o cotidiano, além de estarem estreitamente vinculadas à pintura de vanguarda da época, como o cubismo e o abstracionismo geométrico.

O panorama mostrado na exposição por meio de 107 fotografias permite a identificação de dois momentos-chave de sua obra: o início de suas atividades, nos anos 1910 e 1920, quando Strand está vinculado ao movimento modernista de seu país, e os retratos de comunidades em diferentes lugares do globo, que o artista desenvolveu com sistemática a partir da segunda metade dos anos 1940.

Paralelamente à mostra, a programação de cinema do IMS oferece ao público a oportunidade de conhecer as três principais obras cinematográficas de Paul Strand: Manhatta (1921), Redes (1936) e Native Land (1942). Durante os anos 1930 e início da década seguinte, Strand dedicou-se quase exclusivamente à realização de filmes documentários, nos quais trabalhou como produtor, fotógrafo, diretor e editor. O curta-metragem Manhatta, realizado em parceria com o fotógrafo e pintor Charles Sheeler, é considerado um dos primeiros filmes experimentais realizados nos Estados Unidos. A obra mostra Nova York como uma metrópole industrial e frenética, com suas sequências de prédios, trabalhadores da construção civil e multidões.

A exposição "Olhar direto: fotografias de Paul Strand" é uma realização do Instituto Moreira Salles em parceria com a Aperture Foundation, instituição norte-americana responsável por preservar e divulgar a obra de Strand.

Depois do Rio de Janeiro, a exposição Olhar direto: fotografias de Paul Strand será realizada em São Paulo, no Museu Lasar Segall, de 25/07 a 27/09.

Sobre Paul Strand: Nasceu na cidade de Nova York em 1890. Publicou seis livros em que suas imagens são acompanhadas por textos de diferentes autores sobre os lugares documentados: Time in New England (1950), La France de profil (1952), Tir a’Mhurain, the Outer Herbrides of Schotland (1962), Un Paese (1955), Living Egypt (1969) e Ghana: an African portrait (1976). Faleceu em 1976, em Orgeval, distrito próximo de Paris, aos 86 anos.

Exibição dos filmes no cinema do IMS- Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea

PROGRAMAÇÃO – PAUL STRAND
Sessões todas as quintas e domingos de maio, às 16h.
Entrada franca

7, 10, 21 e 24 de maio
16h00 Redes, de Fred Zinnemann (1936, 65 min, 10 anos)
Complemento: Manhatta, de Paul Strand e Charles Sheeler (1921, 11 min, livre)

14, 17, 28, 31 de maio
16h00 Native Land, de Leo Hurwitz e Paul Strand (1942, 80 min, 10 anos)
Complemento: Manhatta, de Paul Strand e Charles Sheeler (1921, 11 min, livre)

FICHAS TÉCNICAS

Manhatta
Direção: Paul Strand e Charles Sheeler. Poemas de Walt Whitman. EUA, 1921, 11 min, P&B. Classificação: livre.
Filme pioneiro das “Sinfonias Urbanas”, que apareceram durante a década de 1920. Manhatta narra um dia na vida de Nova York, começando com o ferryboat de Staten Island, que traz grandes levas de trabalhadores à cidade, e terminando com o pôr-do-sol sobre o Rio Hudson. O filme tem um interesse especial pela arquitetura da cidade, com seus arranha-céus, e pelo ritmo acelerado da vida urbana. A narrativa visual é entrecortada por versos de Walt Whitman.

Native Land
Direção: Leo Hurwitz e Paul Strand. Narração: Paul Robeson. Com: Fred Johnson, Mary George, John Rennick, Amelia Romano. EUA, 1942, 80 min, P&B.
Classificação: 10 anos.
O filme expõe as violações dos direitos civis nos EUA, durante a década de 1930, e conclama à ação trabalhadores explorados de todo o mundo. Construído com cenas ficcionais e documentais, são apresentadas cenas de sindicalistas sendo assassinados, disputas entre fazendeiros e arrendatários, a repressão policial a reuniões sindicais, pessoas trabalhando etc. Com narração de Paul Robeson, o filme é um marco do documentário de esquerda produzido na época.

Redes
Direção: Fred Zinnemann e Emilio Gómez Muriel. Com: Silvio Hernández, David Valle González, Rafael Hinojosa, Antonio Lara, Miguel Figueroa. México, 1936, 65 min, 35 mm, P&B. Exibição em 35 mm (falado em espanhol, sem legendas).
Classificação: 10 anos.
Encomendado pelo governo do México, o filme de estreia de Zinnemann narra a vida de pescadores explorados pelos donos dos barcos e das redes de pesca em uma aldeia no México, exibida como um microcosmo para uma análise global da relação entre trabalhadores e patrões.
Local:
Instituto Moreira Salles (IMS)
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea
(21) 3284-7400

Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 13h às 20h

Ingresso:
Entrada e estacionamento gratuitos

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.